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Moradores tem casas danificadas após obras de duplicação da BR 116

São mais de 200 processos em andamento na Justiça

09/06/2017 às 02h40
Por: Correio Fonte: Correio da Cidade
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Moradores se dizem prejudicados pela concessionária que administra a rodovia
Moradores se dizem prejudicados pela concessionária que administra a rodovia

Desde o início das obras de duplicação da BR 116 Sul, moradores que residem às margens da rodovia vem enfrentando sérios problemas com os danos causados pelas explosões de rochas, perfurações de solo e o maquinário utilizado na terraplanagem.

Segundo relatos, essas pessoas em sua grande maioria analfabetas e de baixa renda, tiveram noites de sono perdidas, dias de horror vendo suas casas racharem, único bem para muitas delas.

Esses cidadãos prejudicados fizeram manifestações na rodovia para chamar atenção da concessionária Via Bahia, que nada resolveu.

É o que relata o lavrador Francisco Araújo Ribeiro, de 38 anos. Residente na fazenda Contendas, área rural de Santo Estevão, Francisco e a mãe, dona Marina Araújo vivem até hoje os dramas ocasionados, segundo eles, pelas obras de duplicação da rodovia. O lavrador mostra cada rachadura que apareceu em sua casa após as explosões das rochas com dinamite e trabalho do maquinário pesado que emitia fortes vibrações.

Todos os cômodos da casa estão visivelmente comprometidos, causando risco de vida aos moradores.  Mas o lavrador vai além e atribui às obras a morte de seu pai, o agricultor Ireno Moura Ribeiro, de 67 anos. De acordo com Francisco, o idoso sofria de problemas respiratórios e por duas vezes chegou a ser hospitalizado por conta das nuvens de poeira ocasionadas pelas explosões e pelo descarrego de caçambas de cascalho perto de sua residência. “Em um desses episódios, meu pai foi surpreendido em casa por uma enorme e densa nuvem de poeira, passou mal, socorremos ele imediatamente, mas faleceu antes mesmo de chegar ao hospital local”, contou em tom emocionado.

Ainda segundo a mãe do lavrador, nunca teve uma satisfação sequer da Viabahia, concessionária que administra desde o ano de 2009 a rodovia, tendo as referidas obras se iniciado pelos idos 2012, 2013 e paralisado em 2016, deixando vários trajetos a serem feitos, inclusive um viaduto inacabado na entrada da cidade.

 “Nunca estiveram aqui após os danos, mas estiveram em muitas casas, que também não foram indenizadas,  mas não nos procuraram sequer para pagar os prejuízos . Nunca avisaram que estávamos em zona de risco e que nossas vidas estavam em perigo”, frisou.

Já na entrada da cidade, no bairro do Triângulo, nossa reportagem conheceu a história da dona de casa Clarice Pereira Silva, de 50 anos. Ela afirma que teve que se mudar de casa com medo de desabamento. “Vejam minha casa como ficou toda rachada. Tenho medo disso aqui desabar a qualquer momento, tenho medo de morrer assim ”, contou. A dona de casa também conta que desde o início das obras, quando a trepidação das máquinas pesadas fizeram aparecer as rachaduras em seu lar ela teve que se mudar. Clarice vive na casa de uma irmã. Mas o drama não para por aí: mãe de três filhos, a dona de casa se emociona ao contar que cada um deles está morando em casas de outros parentes. “Meu filho que é portador de necessidades especiais passou a morar com a avó. Meu outro filho foi morar com um primo e minha filha foi morar com um irmão. Nos separamos porque não temos agora onde morar”, revelou.

Na mesma rua mora o professor de artes marciais Fabricio Aleixo. Sua casa, uma construção de 5 anos aproximadamente, casa feita com projeto arquitetônico e de maior padrão , está com todos os cômodos comprometidos. Sala. Cozinha, quartos , gesso, paredes e área de serviço estão com rachaduras por toda parte. “Me desmotivei e parei a reforma que havia planejado. Está tudo prestes a piorar ainda mais e desabar por inteiro" disse. Fabricio conta que ao constatar os danos, os técnicos da Viabahia foram até sua casa e afirmaram que pagariam os prejuízos mas até hoje, segundo ele, nada foi resolvido. “Vieram no início e nunca mais apareceram. Isso é uma falta de respeito com os moradores que agora convivem com suas casas nesse estado”, contou.

EMPRESA PEDIA SIGILO AOS MORADORES  EM INDENIZAÇÕES FORA DA JUSTIÇA  -  É Fato que todos os que possuem casas perto da rodovia foram afetados. Nossa reportagem em investigação , descobriu que a empresa chegou a fazer acordos judiciais anteriores , em 2016, enquanto tinham poucas pessoas denunciando o fato. Um outro fato curioso foram alguns termos de acordos extrajudiciais que a empresa fez com alguns moradores onde tinha uma cláusula de sigilo, para que os indenizados não divulgassem o valor que receberam nem que tinham sido indenizados, sob pena de descumprir os termos.

CASO FOI PARAR NA JUSTIÇA – Grande parte dos moradores que se dizem prejudicados com as obras acionaram a justiça e aguardam julgamento. São inúmeras famílias que aguardam ansiosas uma solução.

"Como não voltaram para pagar os prejuízos dos moradores , eles procuraram a justiça para fazer valer seus direitos". É o que relata um pastor da Igreja Pentecostal Ungidos do Rei o Sr Marinaldo Lima Borges , que informa que muitos dos que frequentam sua igreja foram vítimas desses danos e clamam por justiça, já tendo ingressado também com as ações na Vara do Sistema dos Juizados Especiais de Santo Estevão, onde aguardam resultados de seus processos na justiça.

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