Mais mobilidade, segurança e qualidade de vida. É o que vai proporcionar a construção de vários viadutos no Distrito Federal, grandes passagens que prometem diminuir os engarrafamentos em pontos estratégicos da capital e Entorno, além de melhorar o trânsito. Até o momento, são seis deles em construção, somando mais de R$ 160 milhões de investimento no setor de mobilidade. Outros dois estão em fase de licitação.
Um será no Jardim Botânico, um complexo de viadutos entre a DF-001 e a DF-035 que beneficiará 40 mil motoristas. O orçamento do projeto, que está em fase de análise do edital no Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), é estimado em R$ 39 milhões.
“O viaduto do Jardim Botânico será construído na interseção de duas rodovias de grande fluxo, atendendo motoristas do Jardim Botânico e de São Sebastião, além de moradores dos Jardins Mangueiral, Parque dos Ipês, Tororó e de outros condomínios da região”, explica Fábio Cardoso, do Departamento de Estradas de Rodagem do DF (DER-DF).
“A obra ocorrerá em dois níveis: os carros da DF-001 vão passar por dentro da trincheira e os veículos que se dirigirem ao Lago Sul e Plano Piloto poderão passar na parte superior do viaduto, garantindo assim maior fluidez, segurança e rapidez aos motoristas”, detalha o gestor.
Já o outro elevado, que será construído no Noroeste, tem obra estimada em R$ 37 milhões e se encontra na fase de abertura dos preços para selecionar a melhor proposta para a construção nos próximos dias.
“É uma obra que vai melhorar o tráfego da região, porque possibilitará que os motoristas que trafegam na EPIA 003 [Estrada Parque Indústria e Abastecimento 003], com destino à região norte do DF, possam ganhar tempo e fluidez”, comenta Cardoso. “Isso porque esses motoristas não terão mais que dividir a pista com os veículos oriundos do Noroeste, Setor de Terminal Norte, Asa Norte e Lago Norte”, expõe.
A construção do viaduto entre a Estrada Parque Indústrias Gráficas (EPIG) e o Sudoeste, de acordo com a Secretaria de Obras, orçado em R$ 25 milhões, vai melhorar o deslocamento de cerca de 25 mil veículos. Isso porque, além de diminuir a quantidade de semáforos na via, o projeto, iniciado em fevereiro deste ano, visa reduzir o tempo dos motoristas nos horários de maior fluxo de carros, que é na parte da manhã, almoço e final da tarde. Ao todo, são 65% de obras em execução.
“Os dois viadutos estão na reta final; já foi feito o tabuleiro, que é a laje do elevado, faltando, praticamente, o pavimento de concreto que vai passar ali e, na parte de baixo, com 95% de obras concluídas. É uma estrutura de, mais ou menos, seis metros de altura”, detalha Carlos Magno, engenheiro da Secretaria de Obras. “Eliminando esses semáforos, que são um dos mais demorados de Brasília, com quase dois minutos de espera, vai melhorar bastante a vida de quem passa por aquele setor”, avalia o servidor.
Morador da quadra residencial 105 do Sudoeste, localizado bem ao lado da obra, o empresário do ramo do agronegócio Francisco Araújo Andrade, 60 anos, está animado com a construção do viaduto da EPIG. “Desde o começo que falo que o trânsito aqui no Sudoeste vai melhorar bastante, porque será mais uma opção de saída”, empolga-se. “Aqui, com esse esse viaduto, é só passar por baixo e ir embora”, sonha.
A construção de dois viadutos na Estrada Setor Policial Militar (ESPM) deve ser concluída no dia 10 de agosto. Aliás, a primeira parte da obra, erguida na alça de acesso da ESPM até o Eixo W, já está concluída desde o dia 30 de junho. A outra etapa – o viaduto que ligará o Eixo Rodoviário Leste à via L4 – está prevista para ficar pronta no dia 10 de agosto. O total do investimento que beneficiará 20 mil motoristas é de R$ 10 milhões.
Estudante de arquitetura, Pedro Moura, 21 anos, circula bastante pela W3 Sul, para ter acesso aos terminais de metrô e de ônibus no final da Asa Sul. “Que bom que está melhorando o acesso a esses dois terminais, bastante usados pela população que não tem carro”, comenta. “Se o intuito dessa obra é desafogar o trânsito, melhorar o fluxo de carros, então é bastante válido”, avalia.
Iniciado em março de 2021, o viaduto que está sendo construído entre a Região Administrativa de Recanto das Emas e o Riacho Fundo II tem 70% de obras executadas e promessa de melhoria no trânsito para 80 mil moradores. O custo do investimento ultrapassa a casa dos R$ 30 milhões.
Há sete anos dono de uma banca de doces e lanches próxima a uma parada de ônibus em frente à obra, o comerciante Carlos Magno, 52 anos, vê com alívio a construção. “Esse viaduto é muito importante para a região”, constata. “Vai ajudar a desafogar bastante o trânsito, fazendo com que ele flua melhor e evite acidentes, que acontecem quase todos os dias”, destaca.
Ritmo acelerado
Em Sobradinho, cerca de 150 homens trabalham em ritmo acelerado para erguer o elevado da região que vai facilitar o trânsito para 70 mil pessoas no setor. Localizado próximo ao Estádio Augustinho Lima, a obra, orçada em R$ 33 milhões e iniciada em fevereiro deste ano, está prevista para ser finalizada em dezembro e integrará o complexo viário Joaquim Roriz, que fica na Saída Norte.
“Quem sai de Sobradinho para ir para a Rota do Cavalo vai passar por baixo do viaduto e quem trafega pela BR-020 vai passar por cima”, explana Osmiro Cândido, fiscal de obra do DER-DF. “Tá doido o tanto que essa obra vai melhorar o trânsito nessa região. Vai ser uma transformação na vida dos motoristas que passam por aqui”, torce.
Há 30 anos motorista de transportes coletivos, boa parte no setor, Rafael Alves, 55 anos, demonstra alívio ao ver as obras do viaduto de Sobradinho bastante adiantadas. “Rodo há muito tempo por essa região e senti na pele os problemas desse trânsito caótico”, conta. “Agora com esse viaduto nossa rotina será mais tranquila, todo muito vai chegar mais cedo em casa”, prevê.
Elevados caçulas
O conforto na hora de ir trabalhar e voltar para casa também está garantido para mais de 120 mil moradores com as construções dos viadutos de Riacho Fundo e na área do Itapoã e Sobradinho, os caçulas desse tipo de obra no DF. Neste último, por exemplo, os trabalhos se encontram embrionários, na fase de escavação, terraplanagem e drenagem do terreno para a instalação das estacas da fundação que vão receber as vigas de sustentação das lajes do viaduto.
Cerca de 40 homens trabalham diretamente no local. O valor da obra é de R$ 33 milhões. “A previsão é de seis meses de obra até a conclusão desse viaduto”, planeja Erimar Moraes, um dos engenheiros do consórcio que executa a obra.
Por sua vez, Glaidson Amorim, 40 anos, dono de uma oficina situada a poucos metros do elevado, acredita que a construção das duas pistas de acesso vai causar uma revolução no trânsito na parte comercial da cidade. “Muito necessário esse viaduto, estava precisando muito porque o trânsito aqui nesse balão estava sobrecarregado”, diz ele, desenhando um cenário de guerra. “De tarde era um caos aqui, agora vai dar uma aliviada”, espera.
Com 25% dos trabalhos executados, o viaduto do Riacho Fundo também vai revolucionar o problemático trânsito de quem trafega pelo trecho da DF-075. Uma melhoria significativa para os 90 mil motoristas vindos, diariamente, do Recanto das Emas, Riacho Fundo, Riacho Fundo II, Samambaia, Taguatinga, Vicente Pires, Arniqueira e Park Way. O investimento de mais de R$ 22 milhões vai permitir que sejam cavadas passagens subterrâneas na Estrada Parque Núcleo Bandeirante, no acesso à cidade e à Área de Desenvolvimento Econômico (ADE) de Águas Claras.
“Essa é a obra que a população mais pediu, porque há mais de 20 anos ela luta com esse tráfego bem complicado que tem causado muitos acidentes e mortes”, lamenta a administradora do Riacho Fundo, Ana Lúcia Melo. “É uma obra que vai impactar na vida de mais de 100 mil motoristas, fazer muita diferença na vida das pessoas que passam por ali todos os dias”, emenda.
Que o diga Ataíde Marcos Cordeiro, gerente de vendas de uma loja de ferragens localizada às margens de onde será construído o viaduto. Há sete anos que ele sente e acompanha o drama de quem dirige pela pista. “Para nós da loja, esse viaduto vai facilitar a acessibilidade para o cliente”, constata. “Para o motorista, de um modo geral, dará mais segurança, porque é uma via que tem batida todos os dias. Então se espera que, com a obra, os incidentes diminuam”, faz figa.
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