Em um ano e três meses de existência, o Programa Acolhe DF atendeu 400 dependentes químicos e seus familiares. Atualmente, a Sejus dispõe de 330 vagas distribuídas em 12 comunidades terapêuticas parceiras, além de oferecer assistência psicossocial ativa, que pode ser individual ou coletiva, de forma presencial ou online. O programa Acolhe DF é executado pela Subsecretaria de Políticas de Enfrentamento às Drogas (Subed) da Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF).
A subsecretária de Enfrentamento às Drogas da Sejus, Gilce Santana Teles, falou da importância das três diretrizes básicas da política nacional de enfrentamento às drogas. “Nós temos eixos principais que são a prevenção, o acolhimento e a reinserção. Na prevenção, atuamos mais nas escolas, por meio de palestras e atividades que previnam a dependência química. No acolhimento, são 330 vagas sociais, distribuídas em comunidades terapêuticas que são parceiras do GDF, por meio de termos de parceria. As comunidades são fiscalizadas por servidores nossos. Essa é a política de acolhimento”, explicou.
O tratamento em comunidades terapêuticas tem duração de seis a nove meses em média. Segundo Gilce, o GDF paga R$ 1 mil por paciente que esteja em tratamento em comunidade terapêutica.
A subsecretária lembrou que não são todos os dependentes químicos que precisam de acolhimento em comunidades terapêuticas. Alguns recebem atendimento psicossocial. “Essas pessoas querem aquele encontro semanal, quinzenal para conversar com psicólogo, com assistente social”, explicou Gilce.
De acordo com dados da Subed, existem hoje 40 dependentes químicos e familiares em atendimento ativo (frequentando regularmente os encontros) de forma presencial ou remota e sendo encaminhados para os diversos serviços públicos do GDF. Esse serviço não tem prazo para ser concluído, a pessoa pode ficar o tempo que for necessário na terapia. O atendimento psicossocial é mais procurado por mulheres. Já o acolhimento tem uma procura maior por parte de homens.
O terceiro eixo do Acolhe DF, a reinserção, é o retorno da pessoa à sociedade. “Tentamos reinserir a pessoa com autonomia financeira e social. Encaminhamos para vagas de emprego, cursos de capacitação. Temos, por exemplo, uma parceria com o RenovaDF”, explicou.
Mais uma chance
Há 23 dias na comunidade de acolhimento Salve a Si, B.S., 32 anos, que foi usuária de álcool por 17 anos e crack por sete anos, acredita que agora conseguirá fazer parte do grupo de menos de 50% dos usuários que conseguem deixar a dependência. No momento, ela busca voltar a ter rotinas como tomar café da manhã, banho, fazer comida e almoçar.
“Quando estamos usando drogas, não temos nenhum tipo de rotina. Já cheguei a ficar uma semana sem tomar banho”, lembra. B. está no momento cuidando da horta da comunidade. Ela sonha em voltar para perto dos filhos de 13 anos, 11 anos, dois anos e meio e um ano e cinco meses, ter um emprego e moradia.
Henrique França, fundador do Salve a Si, disse que o objetivo maior da entidade é ajudar o dependente químico a livrar-se da dependência por meio de um modelo de tratamento integrado e multifacetado, em que vários profissionais atuam, como psiquiatra, psicóloga e assistente social”, explicou.
A Salve a Si existe há 22 anos, 14 dos quais trabalhando com homens e, nos últimos dois anos e meio, com mulheres. Quem quiser ser atendido pelo Acolhe DF deve entrar em contato com o programa por meio do telefone (61) 98314-0639.
A atual estrutura da Subed existe desde 2019. As parcerias com as comunidades terapêuticas foram firmadas com a Sejus em 2018, para serem executadas em cinco anos, de 2019 a 2023. O Acolhe DF veio em 2021, para complementar o serviço prestado, oferecendo à comunidade apoio psicossocial, com especialistas como psicólogos, assistentes sociais, pedagogos e agentes sociais.
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