O Distrito Federal possui um trabalho de referência no tratamento do diabetes mellitus, reconhecido inclusive pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). A saúde pública do DF vem sendo acompanhada de perto pelo Conass – por meio do projeto de Planificação da Atenção à Saúde – e tem no diabetes um ponto alto. A expertise local está sendo levada para outros estados para tratar essa condição de saúde que acomete mais de 500 milhões de brasileiros, entre 20 e 79 anos, segundo dados do Atlas do Diabetes 2021.
Com o atendimento em dia, a capital do Brasil se tornou um centro colaborador em saúde no que diz respeito ao diabetes, conforme explica a assessora técnica do Conass, Maria José Evangelista. “O DF faz um serviço de excelência. Dessa forma, estamos trazendo profissionais de outros estados para acompanhar o tratamento e serem treinados por equipes de Brasília”, pontua a médica.
Centro especializado no Plano Piloto
Profissionais de saúde da Bahia, de Goiás, do Maranhão, entre outros estados, já passaram por Brasília e tiveram contato com o dia a dia do Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão Arterial (Cedoh) da Secretaria de Saúde. Localizado na entrequadra 208/408 Norte, o Cedoh faz consultas ambulatoriais individuais e em grupo e conta com uma equipe multidisciplinar composta por nutricionistas, psicólogos, enfermeiros, entre outros profissionais.
“Fazemos um atendimento em conjunto, pois o diabetes é uma doença complexa. O paciente precisa de todo esse apoio em cada área”, observa a gerente do Cedoh, Alexandra Rubim. “E é fundamental que o diabético aos poucos tenha a autonomia e o conhecimento para que ele possa também se cuidar”, diz a endocrinologista.
A assistência médica integral está na rotina do estudante Leonardo Cortez, 19 anos, portador do tipo 1 da doença, também chamada de diabetes autoimune. Diagnosticado aos 3 anos de idade, Leonardo revela se sentir muito bem acolhido no centro de saúde por onde passa a cada dois meses e frequenta desde 2017.
Sensor moderno para aferir a glicose
A rede pública, inclusive, já disponibiliza um sensor chamado Libre, que monitora os níveis de glicemia no sangue dos diabéticos tipo 1, conforme o protocolo da Secretaria de Saúde. Trata-se de um equipamento moderno que substitui o glicosímetro e suas recorrentes agulhadas nos dedos do paciente.
“Aqui é sensacional, não tenho nem palavras pra agradecer a todo mundo que me auxilia. As orientações, os itens que uso, como a caneta de insulina, o Libre; tive acesso a tudo isso no Cedoh”, afirma Leonardo. “Eu mesmo aplico insulina em média seis vezes ao dia, para se ter uma ideia. Mas, faço tudo com a supervisão das médicas do posto”, acrescenta o jovem.
Já a endocrinologista Katianny Barbosa é uma das profissionais especializadas em diabetes do Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Lá, ela frisa que o paciente recebe todo o encaminhamento necessário. “Temos um sistema de dados, o Sisreg, no qual conseguimos fazer esse link entre o diabético e o especialista na região onde ele mora. Penso que o DF está muito bem assistido, tanto em relação ao diabetes 1 e 2, quanto no gestacional também”, aponta Katianny.
Atenção ao pé diabético
A capital conta, ainda, com duas unidades voltadas para o tratamento da doença: o Centro Especializado em Diabetes, Hipertensão e Insuficiência Cardíaca (Cedhic), no Guará, e o Centro de Atenção ao Diabetes e Hipertensão Adulto (CADH), no Paranoá. Cada paciente é referenciado para uma unidade, de acordo com o local onde mora.
Já em Taguatinga, o ambulatório de endocrinologia do Hospital Regional, o HRT, também é expert no assunto. A unidade atende regularmente pacientes com pé diabético no DF – nome dado às úlceras que aparecem nos membros em decorrência da doença.
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