Aos 51 anos, o artista plástico Joel Pereira da Silva realiza o sonho de participar de uma grande exposição em São Paulo. O quadro escolhido por ele para se apresentar na capital paulista foi uma paisagem natural de Santo Estevão, cidade que ele mora desde os 10 anos de idade.
Joel nasceu em Ipecaetá e veio morar em Santo Estevão ainda criança. Aos 20, conheceu um ateliê de seus amigos Otto Ribeiro e William Araújo e foi a partir daquele dia que decidiu ingressar no mundo das artes plásticas. “Ver os meninos trabalhando com aquele dom para a arte me inspirou. Foi ali que decidi que queria ser pintor”, frisou.
Começou como pintor de letreiros comerciais e dez anos depois pintou sua primeira tela. “Não me recordo qual imagem pintei, mas sei que não gostei daquele primeiro quadro”, conta com o sorriso estampado no rosto.
"A inspiração" | Hoje, Joel acredita já ter pintado mais de quinhentas telas ao longo dessas duas décadas. A sua principal inspiração é em paisagens naturais, principalmente pelo Rio Crumataí – que faz divisa com os municípios de Santo Estevão e Ipecaetá. “Algo me encanta ali, me inspira sempre. Acho que por essa conexão com as duas cidades, a minha terra natal e o lugar que escolhi pra viver”, disse.
Joel participou de duas exposições em Salvador há alguns anos, mas garante que seu maior sonho foi realizado agora. É que ele foi convidado para uma exposição na Associação Paulista de Belas Artes. Além de expor seu trabalho na terceira maior cidade do mundo, Joel ainda teve seu trabalho publicado em uma revista especializada em artes e já foi convidado a voltar em setembro deste ano para expor mais uma vez na capital paulista. "O público gostou e me sentir muito feliz por levar o nome de minha cidade", explicou.
"Viver da arte ainda é difícil" | Mas nem tudo são flores na vida do artista. Joel conta que para poder bancar sua viagem para São Paulo teve que contar com ajuda de amigos e comerciantes locais. “Hoje é difícil viver de pintura; o dinheiro mal dá para sobreviver”, garante. Também pela falta de recursos, Joel teve que recusar um convite para expor em Paris, na França. Mas diz que ainda pretende chegar lá. “Vou levar o nome de Santo Estevão para onde for. Seja em São Paulo, fora do Brasil. Quero chegar lá fora e mostrar o meu amor por Santo Estevão”, conta enquanto seguia com a equipe do Correio da Cidade para seu ateliê, na Avenida José Botelho. É lá que Joel pinta e comercializa seus quadros. Em Feira de Santana, duas lojas passaram também a revender suas obras de artes (uma na Galeria Alameda, na Avenida Senhor dos Passos e outra na Rua Manoel Vitorino).
Além de pintor, Joel tem mais um talento: há 15 anos ele é back vocal da banda de forró Tempero de Mulher. “Cantar é uma arte e sou movido a isso”, revela.
Reportagem | Alysson Ribeiro
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