As ocorrências causadas por descarga de corrente elétrica podem levar desde a sensação de formigamento até morte da vítima. De janeiro a maio deste ano, por exemplo, a Secretaria de Saúde registrou quatro atendimentos de vítimas de acidentes por efeito de corrente elétrica. O tenente do Corpo de Bombeiros do DF, Mauro Coimbra, esclarece que a prevenção aos choques em residência deve começar na construção ou reforma da moradia e prosseguir nos cuidados do dia a dia.
“A prevenção começa quando você vai construir a edificação. Neste momento, a rede elétrica deve ser dimensionada de acordo com a quantidade de moradores e equipamentos que serão usados na residência. É preciso estabelecer a quantidade de tomadas e calibre da fiação adequados e adquirir dispositivos de segurança para o caso de acidentes, entre outras coisas”, explicou. O ideal é que as obras sejam acompanhadas por um engenheiro elétrico ou um eletricista.
No dia a dia, as principais recomendações são desligar a energia no disjuntor ou no poste, em caso de manutenção da rede ou de equipamentos domésticos. “Essa manutenção envolve, por exemplo, a limpeza de eletrodomésticos. O desligamento é fundamental porque, se o equipamento estiver com defeito, ou houver fuga de energia, o contato com a água faz com que esta se espalhe”, pontuou o tenente Mauro Coimbra. Outra regra básica: quem for socorrer uma pessoa que esteja sendo atingida por choque elétrico, não deve tocar na vítima, mas desligar o mais rápido possível a fonte de energia.
Conexão 24 horas
O tenente chama a atenção para uma prática muito comum nos dias atuais, o uso do aparelho celular enquanto está sendo carregado. O costume também pode causar fortes choques. “O ideal é que, quando o celular que está sendo carregado, não seja usado naquele momento, nem com fone de ouvido”, recomenda.
“Muitas vezes, à noite, a pessoa coloca o celular para carregar, usa o fone de ouvido e fica ouvindo música. Ela pode dormir com o aparelho na tomada. Nesse caso, o risco é de a carga passar pelo fone e a pessoa levar um choque. Há, ainda, a possibilidade de choque em caso de tempestade, quando há descarga atmosférica”, diz o bombeiro. Mauro Coimbra alerta que um choque pode causar também danos aos órgãos internos da vítima, além das queimaduras.
Fora de casa
Fora de casa, os principais casos de choques elétricos são por cabos partidos da rede de transmissão, choque por isolamento inadequado de postes e também em caso de acidentes automobilísticos. “Se houver uma batida de um carro em um poste de energia e a fiação interna do poste for atingida e exposta, o condutor do veículo, se consciente, deve adotar o procedimento de só descer do carro quando o socorro chegar, pois ele estará protegido pelos pneus do veículo que funcionam como isolante”, orienta Coimbra.
Ele explica que, “se a pessoa sair do carro sem o auxílio da equipe de socorro, corre o risco de receber um choque, porque estará percorrendo o mesmo caminho que a energia”. Todos os membros do Corpo de Bombeiros do DF estão aptos a atender ocorrências de choques elétricos e prestar os primeiros socorros.
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