A apresentação é chamada de brincadeira. Os personagens são bonecos. E o palco, uma tenda. Em novembro, o mundo encantado do teatro de fantoche vai visitar seis colégios da rede pública de ensino do Distrito Federal. É o projeto Mamulengo Vai à Escola, que levará às crianças de Taguatinga, Samambaia, Riacho Fundo, Riacho Fundo II, Gama e Brazlândia a oportunidade de conhecer mais sobre esse patrimônio cultural brasileiro.
“A manifestação da cultura popular faz parte da nossa identidade”Chico Simões, idealizador do Mamulengo Vai à Escola
O programa, uma iniciativa da BTM Produções junto ao grupo Mamulengo Presepada, é financiado pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC) do Distrito Federal, vinculado à Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec). Cada uma das visitas, realizadas de 1º a 10 de novembro, seguirá o mesmo roteiro: de manhã e à tarde haverá teatro, oficina formativa para professores e doação do Kit Educativo Brincante.
“Eu me apaixonei pelos bonecos logo no primeiro contato, na década de 1970, em sala de aula; e, desde que comecei a brincar, cultivo o sonho de levar o teatro para as escolas”, conta o idealizador do projeto, Chico Simões. “Quero que as crianças conheçam mais sobre essa arte. A manifestação da cultura popular faz parte da nossa identidade.”
Iphan registra o mamulengo como patrimônio imaterial brasileiro
Mais do que apresentar o mamulengo aos alunos, Chico espera contribuir para que o teatro de bonecos faça parte das rotinas escolares como ferramenta pedagógica para a educação patrimonial. “É importante que os professores se interessem pelo projeto, porque dependerá deles assumir a coordenação dessa brincadeira”, explica.
Um kit para brincar e aprender
Além do curso, cada escola visitada receberá um Kit Educativo Brincante, composto por uma mala com dez bonecos de luva, um estandarte de cena e uma barraca teatral em tamanho infantil. Entre os personagens, estão figuras como a Margarida Flor da Vida, boneca grávida que tem a barriga removível, e seu marido, o Vaqueiro Benedito, além da Burrinha Lamparina e do bebê Baltazar.
Os colégios também receberão uma cartilha educativa, impressa tanto em tinta quanto em em Braille, com o conteúdo abordado na oficina. “Já temos uma lista grande de escolas interessadas em receber o projeto”, comemora Chico. “Vamos aguardar a divulgação dos próximos editais do FAC para apresentar a continuação do programa”.
Para o subsecretário de Fomento e Incentivo Cultural da Secec, João Moro, o apoio do FAC é fundamental no apoio à diversidade cultural e à manutenção das tradições: “Tentamos abarcar o máximo de linguagens artísticas possível com o fundo. E o patrimônio é uma delas”.
Brincadeira e cultura
Babau, cassimiro, kalunga, mané gostoso, joão redondo, briguela, mamulengo… O símbolo do teatro de bonecos tem muitos nomes, a depender da região. Uma arte que,trazida por trabalhadores vindos de diferentes estados do Nordeste, está presente na vida cultural de Brasília desde a época da construção da capital.
Segundo oCatálogo de Mamulengos do Distrito Federal, publicado em 2020, há 13 grupos espalhados por diversas regiões administrativas e pelo Entorno. O mamulengo é registrado como patrimônio imaterial brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Programação
O Mamulengo vai à Escola
? 1º/11, às 14h – Escola Classe 2 do Riacho Fundo
? 7/11, às 8h – Centro Educacional Engenho das Lajes, no Gama
?8/11, às 8h – Escola Classe 1 de Brazlândia
?9/11, às 8h – Escola Classe 50 de Taguatinga Norte
?9/11, às 14h – Centro de Ensino Especial 1 de Samambaia Sul
?10/11, às 8h – CED Agrourbano Ipê, no Caub I (Riacho Fundo II)
Mín. 20° Máx. 28°