Os sons emitidos pelos instrumentos musicais fazem o pequeno Caetano sorrir. A reação inesperada ganha a interação da professora de música que logo puxa uma cantiga infantil. A criança tem autismo. Diante de um metalofone [instrumento com lâminas feitas de metal, dispostas como as teclas de um piano], Cetano se mostra curioso e não perde tempo: com o auxílio de uma baqueta ele vai descobrindo o instrumento.
“Além de trabalharmos o desenvolvimento musical em crianças autistas com transtorno neurossensorial, buscamos as habilidades que vão ajudá-las a ambientarem em locais com muitos estímulos sensoriais”, afirma Lenilce Santana, mestranda da UFMG (Universidade Federal de Minas de Gerais).
A professora de música está desenvolvendo seu projeto de pesquisa no Centro de Referência Municipal da Pessoa Autista Dr. Ildes Ferreira de Oliveira (CER - TEA), mantido pela Prefeitura de Feira. Esta é a primeira etapa de estudos que deve ser concluída em fevereiro do próximo ano.
De acordo com Lenilce,o transtorno neurossensorial é uma das maiores comorbidades que os autistas têm."A música proporciona modulação de comportamento e emoções", observa.
Participam das aulas de música 24 crianças do Centro de Referência e acontecem sempre às sextas-feiras por 30 minutos - a depender do comportamento dos pequenos a duração da aula leva 10 minutos.
“Através da música podemos desenvolver habilidades, melhorar a dificuldade de linguagem e socialização”, pontua a coordenadora do CER-TEA, Lucinea Aragão.
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