Uma parada de ônibus na Quadra 27 do Paranoá se transformará em uma galeria de arte, neste sábado (5). Crianças e adolescentes vão pintar um painel de grafite no local, a partir das 9h, como encerramento do projeto Grafinoá, realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec).
A iniciativa promove oficinas sobre grafite, desde julho, com a participação de mais de 50 crianças e adolescentes, de 6 a 17 anos. Entre os estudantes, aqueles que se encontram em situação de vulnerabilidade social são atendidos pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e conselhos tutelares do Paranoá e Itapoã.
A criançada aprendeu os principais conceitos e técnicas do grafite, arte visual urbana com forte presença nas periferias do DF. Cada um dos alunos produziu uma tela grafitada e, juntos, dois painéis em muros cedidos por moradores, na Quadra 27.
Cartilha
. “Percebemos o interesse das crianças, e até da família delas, em seguir fazendo arte, em aprender mais sobre a cultura hip-hop”Tiago Santos, produtor
“É muito legal ver a arte tomando a cidade”, afirma o artista Carlos Alberto de Carvalho, mais conhecido como Carlos Onix. “Criamos uma cartilha com a história do grafite, a utilidade da arte para a sociedade, nas ruas, no break, no hip-hop em si. Ensinamos a mexer com cores, como fazer pinturas em telas com vários materiais, desde rolos e pincéis a spray e fita.”
Nascido e criado no Paranoá, Onix revela a gratidão em dividir a experiência artística com a comunidade. Em 2003, ele participou do projeto Picasso Não Pichava, lançado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). “Hoje, o que eu passo para eles é tudo o que aprendi 20 anos atrás; é como me ver, de novo, com 14 anos”, diz.
Essa é a primeira edição das oficinas elaboradas com apoio do edital Meu Primeiro FAC. “Queremos dar continuidade ao projeto, por meio de novos editais e parcerias, e dar espaço para novos artistas”, conta um dos produtores da iniciativa, Tiago Santos TG. “Percebemos o interesse das crianças, e até da família delas, em seguir fazendo arte, em aprender mais sobre a cultura hip hop”.
O administrador regional do Paranoá, Júnior Carvalho, reconhece a essencialidade em fomentar o eixo cultural no público infantojuvenil: “É importante que esse aspecto cultural seja desenvolvido no indivíduo desde criança, passando pela fase adolescente, pois a cultura é um processo de desenvolvimento humano. E nós acreditamos que seja de suma importância incentivar essa nova geração a praticar, respeitar e divulgar a cultura”.
Os alunos que concluíram, no mínimo, 75% das aulas do projeto receberão um certificado de participação. O curso teve carga horária de 30 horas e foi ministrado em duas turmas em aulas semanais, aos sábados. Informações sobre as próximas edições serão publicadas nas redes sociais do projeto.
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