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Antes das chuvas, mais de 23 mil toneladas de lixo retiradas de bueiros

O DF tem aproximadamente 90 mil bocas de lobo por todo o seu território

07/11/2022 às 15h05
Por: Correio Fonte: Agência Brasília
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Renata Lu Rodrigues Franco
Renata Lu Rodrigues Franco

As chuvas começam a aumentar no Distrito Federal, e um dos serviços mais importantes nesta época de muita água são para limpeza e desobstrução de bocas de lobo e bueiros. Uma ação executada em parceria pela Secretaria de Governo (Segov) e a Novacap concentrou esforços nos últimos cinco meses nesta missão. Por toda a capital, um total de 23,7 mil toneladas de lixo foram retiradas dessas caixas, responsáveis por captar a água pluvial. Muitas foram reformadas, e outras, desentupidas (veja abaixo).

O trato nos bueiros das 33 regiões administrativas faz parte do dia a dia do programa de reformas da Segov – o GDF Presente, que conta com 1dez polos de serviço abrangendo as 33 regiões administrativas. Além da participação crucial da Secretaria de Administração Penitenciária (Seape), com a mão de obra de reeducandos do sistema prisional, os trabalhos têm o apoio do Serviço de Limpeza Urbana (SLU).

“Tem gente que tem uma cultura muito arcaica e não tem o hábito de jogar o lixo no lugar certo; depois, o prejuízo é para toda a comunidade”, ressalta o aposentado José Carlos Maciel, 67, morador do Setor O | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília
“Tem gente que tem uma cultura muito arcaica e não tem o hábito de jogar o lixo no lugar certo; depois, o prejuízo é para toda a comunidade”, ressalta o aposentado José Carlos Maciel, 67, morador do Setor O | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Ceilândia – região mais populosa do DF – é onde se encontra a maior quantidade de resíduos no interior das bocas de lobo. “Em determinados períodos, as equipes retiram em torno de 2 toneladas por dia de dentro dos bueiros da Ceilândia”, informa o subsecretário de Desenvolvimento e Operações nas Cidades, Flavio de Oliveira. “E vale lembrar que o serviço vai muito além disso. Há a substituição das tampas quebradas e a desobstrução com a técnica de hidrojateamento, além da ampliação de uma para duas caixas para melhorar a capacidade de captação da água pluvial”.

“É um serviço ininterrupto com o objetivo de prevenir os alagamentos nas principais vias da cidade e trazer qualidade de vida para a população”Tatiana Souza, gerente de Manutenção da Administração Regional de Ceilândia

Segundo levantamento dos órgãos, a capital tem mais de 90 mil bocas de lobo por todo o seu território. Assim, não é lá um trabalho simples deixar essas redes limpas. Em Ceilândia, na semana passada, o serviço foi concentrado no Setor O. A Via O3 – com 2,5 km de extensão – teve todos os seus 120 bueiros limpos e consertados nos dois sentidos da pista. Dez reeducandos do programa Mãos Dadas, da Seape, cuidaram da limpeza.

“É um serviço ininterrupto com o objetivo de prevenir os alagamentos nas principais vias da cidade e trazer qualidade de vida para a população”, explica a gerente de Manutenção da Administração Regional de Ceilândia, Tatiana Sousa. “Acho um pouco complicado, pois encontramos, além de muitas garrafas de vidro e pet, latas e objetos pouco comuns. Já achamos uma faca enorme e até bolsa de mulher na boca de lobo, e isso é alguém que joga”.

O lixo é ensacado e recolhido por caminhões do GDF Presente, Novacap e SLU. As mais de 20 mil toneladas de resíduos correspondem a 1,2 mil caminhões trucados cheios. Já as tampas de concreto para substituição são feitas pela companhia ou, em alguns casos, pela administração local.Jogar o lixo no lixo” é uma recomendação sempre repetida por aí, mas difícil de ser seguida por boa parte da população. E, com a água da chuva, muita coisa vai parar na boca de lobo.

“Tem gente que tem uma cultura muito arcaica e não tem o hábito de jogar o lixo no lugar certo; depois, o prejuízo é para toda a comunidade, com as ruas alagadas, água invadindo as casas em Ceilândia”, pontua o aposentado José Carlos Maciel, 67, morador do Setor O. “Esse serviço de limpeza é essencial, pois a gente sabe que tem muita sujeira nas caixas”, acredita o militar Wellington Silva, 56. “Na frente da minha casa, deixo tudo limpinho e cato coisas pela rua. Nossa rua é um declive; a água desce com força e precisa ter um lugar para escoar”.

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