As obras do novo bairro Alto Mangueiral começam a sair do papel. A área – que vai abrigar mais de 7 mil famílias – fica ao lado da Vila Olímpica de São Sebastião e já desperta a atenção de alguns curiosos. Esta semana, o serviço de terraplanagem foi finalizado e o canteiro de obras está sendo montado para os cerca de 300 funcionários que vão trabalhar na construção.
“O governo procura atender a moradores de todo o Distrito Federal”João Monteiro, diretor-presidente da Codhab
Com 110,4 hectares, o equivalente a mais de 110 campos de futebol, essa área de interesse social terá disponíveis 7.004 unidades, divididas entre casas com três quartos e apartamentos com dois e três quartos, com direito a equipamentos públicos como hospital e escola aos novos moradores. De acordo com a construtora Engertal, responsável pela obra, o próximo passo será a execução do sistema de saneamento, com rede de água e esgoto.
Segundo o diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab), João Monteiro, o Alto Mangueiral apresenta uma proposta diferente, se comparado ao Jardins Mangueiral, que fica próximo. “O governo procura atender a moradores de todo o Distrito Federal”, afirma. “Esse novo empreendimento se destina a pessoas com faixa de renda de até 12 salários mínimos, abrangendo funcionários públicos e moradores da classe média também”, explica o diretor-presidente.
“O Alto Mangueiral é um projeto muito ambicioso, [oferece] o que há de mais moderno em arquitetura e urbanismo, [tem] padrão estético e passou por toda a análise do Brasília Ambiental, para manter o equilíbrio com a natureza, e da Secretaria de Desenvolvimento Urbano”, complementa o gestor. O empreendimento já conta com licença prévia, aprovação no Conselho de Planejamento Territorial e Urbano (Conplan) e licença de instalação.
Mais de 1,8 mil candidatos garantidos
O acesso às moradias é feito exclusivamente por cooperativas e associações. A Associação dos Mutuários do Planalto Central (ASSMPC) é responsável pela construção e por indicar possíveis moradores, que devem ter seu cadastro na Codhab e atender às exigências da política habitacional do DF, prevista na Lei nº 3.877/06 e em outras normas. Entre esses requisitos, é preciso estar na faixa de renda e residir no DF há pelo menos cinco anos.
Segundo o presidente da associação, Starley do Prado, já são 1.857 candidatos aprovados com direito a uma unidade. Até agora, aproximadamente 4 mil já foram indicados por cooperativas credenciadas pela Codhab. Entre essas indicações, está a família do estudante Arthur Cruz, 26, morador de uma chácara em São Sebastião.
“Lá onde estamos não tem escritura e ficou pequeno para a família”, conta Arthur. “Aqui será ótimo, um apartamento de três quartos, hospital para quem precisa”. Starley pondera: “Na realidade, não vamos trazer só um bairro para cá, mas toda a infraestrutura, geração de empregos, equipamentos públicos. É uma localidade que vai absorver mais de 23 mil pessoas e, por tabela, trazer qualidade de vida também para São Sebastião.”