Condenado a 8 anos de prisão na Espanha por participar de um grupo extremista islâmico, o brasileiro Kayke Luan Ribeiro Guimarães deixou uma carta de despedida à namorada antes de partir rumo à Síria em 2014. No texto, que foi reproduzido pela Justiça espanhola na sentença desta terça-feira (10), ele diz que a guerra santa (jihad) é a "causa maior" de sua partida.
"Perdoe-me por não ter cumprido minha promessa mas é por uma causa maior e você sabe (Jihad). Sempre será minha menina e a luz dos meus olhos. Não sei como me despedir de você, nem quero", diz o manuscrito.
O brasileiro nega envolvimento com o grupo e diz que ia ao país para ajudar mulheres e crianças. Mas ele confirma ter deixado a mensagem, segundo a documentação divulgada pelas autoridades espanholas.
Kayke foi preso aos 18 anos na fronteira da Bulgária com a Turquia antes de cumprir o objetivo de se unir ao Estado Islâmico na Síria, segundo afirma a sentença da Justiça espanhola.
Versão de Kayke
Em declaração à Justiça espanhola, Kayke negou envolvimento com ações terroristas do Estado Islâmico, ter desenhado o símbolo do grupo e recebido o material.
Ele afirma que contou à família que iria passar uma semana na Turquia, não que planejava ir à Síria.
Kayke confirma que esteve em um encontro com os outros suspeitos, mas que não foram discutidas ações terroristas. Em outro encontro, ele conta que foram avisados de que eram seguidos pela polícia.
O brasileiro também diz que tinha um tablet, recolhido pela investigação, mas que nunca pesquisou coisas sobre o Estado Islâmico nele. Mas não respondeu quando perguntado sobre visualizações de vídeos do grupo extremista, da Al-Qaeda e de atos terroristas.
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