O senador Plínio Valério (PSDB-AM) criticou, em pronunciamento nesta quarta-feira (17), o Fundo Amazônia. Para o parlamentar, o fundo —que capta doações para investimentos em ações de prevenção e combate ao desmatamento e promoção do uso sustentável da Amazônia—ainda não contribuiu para reduzir a desigualdade e precisa passar por uma grande revisão para se tornar significativo para a preservação da floresta.
Plínio citou dados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social(BNDES), gestor do fundo, que mostram que, ao longo dos anos, apenas 266 mil pessoas, sendo 59 mil indígenas, foram beneficiadas diretamente por atividades apoiadas de produção sustentável.
— Constata-se que os projetos, embora custosos, atingem muito pouca gente. Tomo como exemplo um projeto apresentado como “Fortalecimento da Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas”, que recebeu quase R$ 16 milhões e seu público-alvo se limitava a 8,8 mil pessoas.
Para o parlamentar, o dinheiro do fundo jamais chegou ao seu público-alvo, pois a maior parte do valor foi destinada a organizações não governamentais (ONGs). Segundo Plínio, uma ONG brasileira recebeu R$ 31,6 milhões para executar apenas dois projetos em unidade de conservação.
O senador afirmou que o controle dos recursos do Fundo Amazônia "deixa muito a desejar” e que a comissão parlamentar de inquérito (CPI) destinada à investigação das ONGs que atuam na Amazônia vai mostrar que é preciso transparência. Segundo Plínio, o objetivo da CPI é demonstrar que o fundo "pode ser bom para o Brasil".
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