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CCJ aprova título de patrimônio histórico-cultural afro-brasileiro para o Cais do Valongo
Vinicius Loures/Câmara dos Deputados Laura Carneiro recomendou a aprovação da proposta A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) ...
24/05/2023 12h35
Por: Correio Fonte: Agência Câmara de Notícias
Laura Carneiro recomendou a aprovação da proposta - (Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou projeto que reconhece como patrimônio histórico-cultural afro-brasileiro o sítio arqueológico Cais do Valongo, localizado na zona portuária do Rio de Janeiro.

O Projeto de Lei 2000/21 estabelece diretrizes para a proteção especial do cais em decorrência do título de Patrimônio Mundial da Humanidade concedido pela Unesco em 2017, e prioriza ações de preservação da memória e de promoção da igualdade racial como meio de reparação à população afrodescendente.

Revelado em 2011durante obras na região do porto do Rio, o Cais do Valongo foi construído em 1811, tendo sido a porta de entrada de 60% dos africanos escravizados que foram trazidos ao Brasil ao longo de quase quatro séculos de tráfico transatlântico.

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Ele também serviu como porto distribuidor de pessoas escravizadas para outros estados do Brasil e para a América Latina, o que o tornou o maior porto receptor de escravos do mundo.

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Cais do Valongo, Patrimônio Mundial - (Foto: Porto Maravilha)

O projeto é do senador Paulo Paim, que atendeu a um pedido da Defensoria Pública da União (DPU). A relatora, deputada Laura Carneiro (PSD-RJ), deu parecer favorável. “É uma medida de reconhecimento histórico”, disse.

Medidas
De acordo com a proposta, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) deverá realizar consultas públicas com entidades de defesa dos direitos da população negra para execução de projetos no Cais do Valongo.

Também deverá coordenar com o município do Rio de Janeiro as ações de proteção do território e orientar ações para conservação da zona adjacente. Além disso, deverá cumprir as diretrizes do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco.

O projeto altera também a Lei do Seguro-Desemprego para estabelecer que o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) poderá priorizar projetos de preservação da memória e de promoção da igualdade racial aprovados pelo Iphan. O conselho gere os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Tramitação
O projeto será analisado agora no Plenário da Câmara. Se for aprovado sem mudanças irá à sanção presidencial.