Crianças que moravam no Edifício Wilton Paes de Almeida, que pegou fogo e desabou em 1º de maio no Centro de São Paulo, e ficaram desabrigadas, passaram a noite dormindo na calçada do Largo do Paissandu, próximo ao local da tragédia.
Na manhã deste sábado (5), enquanto o Corpo de Bombeiros permanecia fazendo as buscas por 5 moradores desaparecidos, as crianças sobreviventes de famílias que residiam no prédio dormiam no chão do Largo do Paissandu.
Mãe da bebê Joana Maria, de oito meses, a auxiliar de limpeza Lúcia Luzia Belo, de 26 anos, conta que o chão duro e o frio incomodam. Ela morava no segundo andar do prédio que desabou e agora permanece ali perto do edifício, junto com outros moradores desabrigados.
Além de Joana, seus irmãos Murilo, de 4 anos, William, de 5 anos, Henrique, de 10 anos, Eduardo, de 12 anos, e Laiane, de 7 anos, dormiram na mesma barraca sob uma árvore e em frente à Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos.
A mãe conta que pede dinheiro aos pedestres para comprar comida porque as doações não chegam.
O banho é improvisado na calçada e o uso de banheiro depende da boa vontade de comerciantes próximos.
A mãe das crianças conta que ainda não tem definição do local para onde deve ir e pensa em provavelmente seguir para outra invasão.
Buscas continuam
Segundo o capitão do Corpo de Bombeiros, Marcos Palumbo, os profissionais estão atualmente no 16º andar dos destroços e faltam retirar material de oito andares. Isso porque há a possibilidade de que, no 8º andar, possa ser possível localizar pontos onde estariam possíveis vítimas.
Um dos desaparecidos já foi encontrado e, na sexta-feira (4), a Polícia Civil confirmou que o corpo é de Ricardo Oliveira Galvão Pinheiro, que caiu quando era resgatado durante o incêndio.
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