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CPMI do 8 de Janeiro convoca ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e ex-ministros da Justiça, da Defesa e do GSI
Pedro França/Agência Senado Arthur Oliveira Maia (C): "Brasil inteiro espera de nós uma resposta" Integrantes da CPMI que investiga a invasão e d...
13/06/2023 17h20
Por: Correio Fonte: Agência Câmara de Notícias
Arthur Oliveira Maia (C): "Brasil inteiro espera de nós uma resposta - (Foto: Pedro França/Agência Senado)

Integrantes da CPMI que investiga a invasão e depredação das sedes dos três Poderes em 8 de janeiro dividiram em três blocos os primeiros 285 requerimentos que pedem a realização de depoimentos e requisitam informações de órgãos da administração pública. Dois conjuntos de propostas foram aprovados por deputados e senadores nesta terça-feira (13) e um foi rejeitado. No total, já foram apresentados mais de 900 requerimentos à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito.

Parlamentares aliados ao governo decidiram rejeitar o bloco de requerimentos que, segundo eles, extrapolavam o objeto de investigação da comissão. Entre os requerimentos reunidos nesse grupo, estão os que solicitam imagens de câmeras internas do Ministério da Justiça e do Palácio do Planalto e informações sobre o uso das forças de segurança no dia do ataque, além do convite ao ministro da Justiça, Flavio Dino.

Deputados e senadores de oposição acusaram a base aliada de querer blindar integrantes do governo federal, impedindo que eles sejam investigados por supostas omissões diante da invasão aos prédios da praça dos Três Poderes.

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Entre os convocados estão o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres, o tenente-coronel Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro), o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e do ex-ministro da Defesa Braga Netto.

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O deputado Filipe Barros (PL-PR) acusou o governo de tentar direcionar as investigações. "O governo quer votar apenas os requerimentos deles e rejeitar os requerimentos da oposição. Nós não podemos permitir que isso aconteça. Ou essa é uma investigação séria, imparcial, que atende a todos, seja governo ou oposição, ou a gente já vai começar os trabalhos dessa comissão sendo completamente parcial”, afirmou.

Eliziane Gama negou parcialidade nos trabalhos da relatoria - (Foto: Pedro França/Agência Senado)

O deputado Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) negou a tentativa de blindagem por parte de parlamentares que apoiam o governo. “O que a oposição está fazendo, o que a extrema direita está fazendo, é buscar confundir, atrapalhar e inviabilizar uma investigação séria, precisa e objetiva. Nós aprovamos aqui hoje vários requerimentos da própria oposição”, ponderou.

O presidente da CPMI, deputado Arthur Oliveira Maia (União-BA), defendeu a aprovação dos requerimentos de informação, que, em sua opinião, oxigenam a comissão com dados e não prejudicam o direito de terceiros, como fazem convocações e transferência de sigilos. “O Brasil inteiro espera de nós uma resposta sobre o que de fato aconteceu no dia 8 de janeiro”, ressaltou.

Plano de trabalho
Segundo a relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), o plano de trabalho tem um alinhamento cronológico pensado para que se descubram os autores intelectuais e os financiadores dos atos do 8 de janeiro. Ela negou parcialidade nos trabalhos da relatoria.

“Eu vou continuar firme no meu objetivo, apresentarei ao final dos trabalhos dessa comissão um relatório justo, um relatório que vai fazer a transcrição do que efetivamente ocorreu para que nós tivéssemos aquela situação caótica e triste do que foi o dia 8 de janeiro”.

A CPMI se reúne novamente na próxima terça-feira (20). A mesa da comissão ainda vai definir se será possível já ter os primeiros depoimentos nessa reunião.