O senador Alan Rick (União-AC) denunciou, em pronunciamento no Plenário nesta terça-feira (13), um suposto boicote por parte de médicos com registro no Brasil contra aqueles formados no exterior. Segundo o senador, na lista validada para o 28º ciclo de convocação de médicos do Ministério da Saúde, foram verificadas inscrições de profissionais com registro nos conselho regionais de medicina (CRMs) que, de acordo com o perfil apresentado, "não assumirão as vagas nos municípios".
— Aposentados, profissionais com 40 anos de carreira, que não têm nenhum interesse em se mudar para um município distante da sua base, se inscreveram [...] É um absurdo que algumas pessoas tentem prejudicar um programa fundamental para o SUS, para o atendimento primário de saúde às populações mais pobres, em nome de interesses classistas, mesquinhos e corporativos— disse.
O parlamentar informou que já enviou ofício ao Ministério da Saúde cobrando a apuração das denúncias. Ele defendeu que sejam aplicadas severas penalidades, sefor comprovado que médicos com CRM estão se inscrevendo apenas para sabotar os médicos formados no exterior. E sugeriu que, ao final da convocação, se houver vagas em aberto, que sejam preenchidas pelos médicos intercambistas e pelos brasileiros formados no exterior.
Alan Rick apresentou dados que, segundo ele, mostram desinteresse da comunidade médica em atuar nos 1.040 municípios do interior do Brasil que não conseguiram preencher as vagas ofertadas em 2022. O senador denunciou também o aumento da mortalidade infantil nessas regiões.
— Um total de quase 700 cidades abriram vagas para o Programa Mais Médicos e não conseguiram atrair nenhum profissional [...] A mortalidade infantil vinha caindo no Brasil ao longo da última década. Porém, em 2019, nas cidades onde saíram profissionais do Programa Mais Médicos, sem substituição, houve um aumento de 58% na mortalidade infantil entre crianças menores de 5 anos — concluiu.
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