O Senado instalou nesta quarta-feira (14) a comissão parlamentar de inquérito que vai investigar as atividades de organizações não governamentais financiadas com dinheiro público na região da Amazônia ( CPI das ONGs ). O senador Plínio Valério (PSDB-AM), autor do requerimento para criação da CPI, foi eleito presidente. O senador Marcio Bittar (União-AC) será o relator.
Ao assumir o comando da comissão, Plínio prometeu que a CPI não terá caráter de oposição ao governo federal e também não vai “demonizar” as ONGs como um todo.
— Esta CPI é para satisfazer o sentimento dos amazônidas, que já não suportam mais serem usados por algumas ONGs que prestam desserviço ao país, ameaçando a nossa soberania. Nós vamos atrás dessas ONGs que pegam dinheiro em nome da Amazônia e nada fazem pela Amazônia. A Amazônia não é só floresta, é o homem que habita nela.
Marcio Bittar também ressaltou que o trabalho da CPI deverá ser politicamente imparcial. Para ele, a atuação do terceiro setor na Amazônia deve ser um assunto de interesse de todos os governos brasileiros.
— O governo atual, os governos que passaram e os que virão precisam estar muito atentos com toda a movimentação que se faz em nome da Amazônia. Tem muita riqueza naquela região, e parte da nossa soberania sobre a Amazônia já não nos pertence. Entendo que o governo federal, seja qual for ele, não pode assistir calado a movimentos que falam em nome da Amazônia, que habitam a imprensa, as universidades, que cooptam jornalistas, sem que o governo tenha o mínimo controle sobre isso. É uma questão de Estado, e não de governo.
A CPI das ONGs tem 11 membros titulares e 7 suplentes. Ela funcionará por 130 dias (pouco mais de seis meses) e terá um limite de R$ 200 mil em despesas. Na próxima reunião, ainda sem data marcada, Marcio Bittar apresentará o seu plano de trabalho e os primeiros requerimentos para as diligências da investigação.
O senador Jaime Bagattoli (PL-RO) será o vice-presidente da CPI.
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