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CRE aprova Alexandre Parola para embaixada no Marrocos
A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou nesta quinta-feira (22) a indicação do diplomata Alexandre Guido Lopes Parola par...
22/06/2023 14h50
Por: Correio Fonte: Agência Senado
O diplomata Alexandre Guido Lopes Parola em sua sabatina na Comissão de Relações Exteriores nesta quinta - Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou nesta quinta-feira (22) a indicação do diplomata Alexandre Guido Lopes Parola para exercer o cargo de embaixador do Brasil no Marrocos. A indicação ( MSF 32/2023 ), relatada pela senadora Tereza Cristina (PP-MS), segue para votação no Plenário do Senado.

No seu programa de trabalho, Parola apresentou propostas como incrementar e diversificar o mercado bilateral, desenvolver atividades de inteligência comercial, elaborar estudos preparatórios sobre o comércio e apoiar fluxos de missões empresariais brasileiras, além de reativar voo entre São Paulo e Casablanca — único voo que unia a África do Norte à América do Sul.

Também constam da lista a atuação pela retomada de livres negociações entre o Mercosul e Marrocos, a promoção da imagem brasileira — sobretudo no turismo, com a promoção de feiras e eventos que promovam o Brasil no país africano — e a cooperação nas áreas de defesa e de educação.

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— A ampliação de negócios se constrói com presença — afirmou o indicado.

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Comércio e investimentos

O comércio bilateral está em crescimento, com recorde histórico da corrente de comércio no ano de 2022. Do lado brasileiro, são importados principalmente adubos e fertilizantes. As exportações concentram-se em produtos primários. A balança é amplamente deficitária para o Brasil. Há a expectativa de que o Acordo-Quadro sobre Cooperação em Matéria de Defesa, já transformado no Decreto Legislativo 44, de 2023, auxilie no reequilíbrio do comércio bilateral.

Brasil e Marrocos celebraram, em 2019, Acordo de Cooperação e Facilitação em Matéria de Investimentos (ACFI), com o objetivo de promover os investimentos bilaterais. Há diversas áreas de sinergia a serem exploradas pelo Brasil, como a oferta de tecnologia brasileira para a produção agrícola de alta produtividade, o potencial de expansão da rede bancária e o compartilhamento de tecnologias de energia renovável. Por outro lado, o Brasil pode buscar internalizar a cadeia de produção de fertilizantes a partir do aumento dos investimentos de empresas marroquinas no Brasil.

Carreira

Nascido no Rio de Janeiro, Alexandre Parola graduou-se em ciências econômicas e fez mestrado em economia e em filosofia, além de doutorado nessa mesma área.

No Itamaraty, exerceu diversas funções ao longo de sua carreira. No exterior, serviu nas embaixadas em Washington, Santiago e Londres e na Delegação do Brasil junto às Nações Unidas, em Genebra. Chefiou as delegações do Brasil na Organização Mundial do Comércio, em Genebra, e nas organizações internacionais econômicas, em Paris.

Na Secretaria de Estado, assessorou o ministro das Relações Exteriores e integrou unidades ligadas à temática financeira e comercial, tendo sido diretor do Departamento Econômico. Fora do Ministério das Relações Exteriores, atuou como assessor do ministro da Economia, Finanças e Planejamento e foi porta-voz da Presidência da República.

Monarquia africana

O Reino do Marrocos é uma monarquia constitucional situada no noroeste da África, na região do Magrebe (expressão proveniente da língua árabe, com significado “poente”). Trata-se do país africano com maior proximidade geográfica da Europa, contando inclusive com fronteira terrestre com as cidades autônomas espanholas de Ceuta e Melilha.

De acordo com o relatório de Tereza Cristina, Brasil e Marrocos mantêm relações bilaterais maduras, que remontam aos idos do Brasil Império, com a abertura do Consulado do Brasil em Tânger no ano de 1861. Após a independência desse país em 1956, foi criada a Embaixada do Brasil em Rabat, em funcionamento desde 1961. Os países contam com mecanismo de consultas políticas desde 1999 e cooperam com troca de votos e apoios mútuos em foros internacionais.