A Comissão de Relações Exteriores (CRE) aprovou, nesta quinta-feira (20), o nome de Sidney Leon Romeiro para o cargo de embaixador do Brasil nos Emirados Árabes Unidos. A MSF 30/2023 foi relatada pelo senador Cid Gomes (PDT-CE) e lida no colegiado pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS). Agora, a indicação será apreciada pelo Plenário.
O ministro de primeira-classe Sidney Leon Romeiro nasceu em São Caetano do Sul, São Paulo, em 1962. Formou-se em direito pela Universidade de São Paulo em 1989 e fez pós-graduação em direito internacional na mesma instituição, dando início aos seus estudos no Instituto Rio Branco em 1995. Ele foi conselheiro na Embaixada em Londres de 2015 a 2018 e cônsul-geral adjunto no Consulado-Geral em Londres entre 2018 e 2019. Atualmente, é diretor do Departamento do Oriente Médio no Ministério das Relações Exteriores desde 2019.
Romeiro também já foi agraciado com várias condecorações nacionais e estrangeiras, como a Ordem do Infante Dom Henrique de Portugal em 1997, a Ordem do Sol do Peru em 2000, a Medalha do Pacificador pelo Exército Brasileiro em 2009 e a Ordem do Rio Branco do Ministério das Relações Exteriores no ano de 2014.
O embaixador tratou em sua apresentação ao colegiado do plano de trabalho que pretende desenvolver, o que inclui a busca de investimentos provenientes dos fundos soberanos dos Emirados Árabes, pensando em setores como estrutura, defesa e energia. Segundo Romeiro, o país procura por economias de escala, como a do Brasil.
De acordo com Romeiro, há também interesse do Brasil no mercado dos Emirados Árabes, já que podem vir a ser uma a plataforma para a exportação de produtos brasileiros, diante de terem se consolidado como um entreposto de redistribuição de mercadorias.
Os Emirados Árabes Unidos (EAU) são uma federação de sete emirados independentes, regiões chefiadas pela pessoa do emir, localizada no sudoeste do Oriente Médio, com parlamento essencialmente consultivo. O país conta com quase 10 milhões de habitantes, dos quais apenas 10% são nacionais, devido a ser, ao longo de sua história, uma região esparsamente habitada, servindo de abrigo a povos nômades.
A indústria de hidrocarbonetos trouxe investimentos em infraestrutura e serviços, e fez com que o país se tornasse um dos principais centros financeiros, comerciais e empresariais da região, centro logístico de ponta e destino turístico popular - Dubai é sua cidade mais populosa e Abu Dhabi é a capital. Hoje as receitas petrolíferas ainda respondem por grande parte da renda nacional, apesar do esforço para diversificar sua economia nas últimas décadas.
Quanto ao relacionamento com o Brasil, o senador Cid Gomes lembra que os dois países iniciaram relações diplomáticas oficialmente em 1974 e desde 2019, mantêm uma relação bilateral de parceria estratégica com abrangência nas áreas de paz e segurança, cooperação econômica, energia, turismo, cultura e esportes.
Em relação ao intercâmbio comercial, o relator destacou que as exportações dos últimos anos foram compostas por carne de aves, ouro, açúcar, celulose e carne bovina. Nas importações, destacam-se o petróleo, enxofre, fertilizantes químicos e demais produtos de indústria de transformação.
“Ressalte-se que o agronegócio brasileiro detém importante papel para garantir a segurança alimentar emirática: responde por quase 60% da pauta de exportações brasileiras ao país”, destacou Cid Gomes.
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