No último dia 15, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 14.598/23, que determina que as unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) incorporem o ecocardiograma fetal no protocolo de assistências às gestantes. Na Maternidade Maria da Conceição de Jesus (MMCJ), em Coutos, o Projeto Tum Tum, iniciado há 10 meses, já realizou o exame em mais de mil gestantes de todo o Estado de forma gratuita.
“O Projeto Tum Tum mostra que, na Bahia, a gente antecipa a assistência às gestantes e aos bebês. Entendemos que esse cuidado é prioritário e o ecocardiograma fetal, e também o pediátrico, contribui para a aceleração na assistência adequada aos bebês”, afirma a secretária da Saúde do Estado Roberta Santana.
O ecocardiograma fetal é uma espécie de ultrassom realizado através da parede abdominal da grávida e dirigido ao coração do feto em gestação. O procedimento é capaz de mostrar a estrutura do órgão e detectar má formação cardíaca e cardiopatias na gravidez e nos recém-nascidos. Com isso, é possível organizar a assistência, dando o encaminhamento necessário para as unidades de saúde em que o tratamento definitivo das patologias possa ocorrer, como cirurgias cardíacas.
O diagnóstico com antecedência ainda reduz custos com medicações de alto valor necessárias para os recém-nascidos no pré-operatório e, com o encaminhamento para unidades de referência em cirurgia, como os hospitais Ana Nery e Martagão Gesteira, acelera a liberação de leitos de UTI da MMCJ para bebês com outras patologias.
“Quanto mais cedo são tratados esses bebês, menor é a probabilidade deles apresentarem sequelas e patologias crônicas devido à demora para uma solução definitiva ”, explica Amado Nizarala, diretor da MMCJ. “O Projeto Tum Tum tem sido um profundo sucesso. É uma ação absolutamente gratuita, num serviço organizado, de altíssima qualidade e que nada deve aos pouquíssimos serviços particulares ofertados na Bahia”.
Em 10 meses, foram 1.023 ecocardiogramas fetais e 976 ecocardiogramas pediátricos, totalizando quase dois mil exames. Mais de 50 fetos tiveram patologias cardíacas detectadas. O ecocardiograma fetal é indicado para gestantes diabéticas, em idade mais avançada, que tenham antecedente familiar de patologias congênitas cardíacas e que já tenham tido um filho anterior com patologia congênita cardíaca também, além dos recém-nascidos com diagnóstico provável de cardiopatias.
“A Sesab está de parabéns pela iniciativa. Já nesse período de 10 meses, podemos comprovar que é um serviço que diz a que veio e que está mostrando resultados extremamente positivos para nossa população”, atesta Nizarala.
Fonte: Ascom/Sesab