A senadora Zenaide Maia (PSD-RN) disse, em pronunciamento no Plenário nesta quarta-feira (28), ter ficado “estarrecida” com o depoimento do coronel do Exército Jean Lawand Junior, na terça-feira (27), na CPMI do 8 de Janeiro. O coronel classificou como "uma coincidência" o fato de manifestantes terem tentado invadir as sedes dos Poderes da República e armado uma bomba perto do aeroporto de Brasília após as mensagens trocadas entre ele e o ajudante-de-ordens do então presidente da República, Jair Bolsonaro. Para a parlamentar, o ataque à democracia foi influenciado por Bolsonaro.
— Todos os dias ele dizia que as urnas, se não mostrassem o papel como era antigamente para o coronel, quando você votava e tinha que mostrar em quem votou, que era o ilegal, que até o questionavam. Essas urnas só estão erradas para o presidente da República, se todos nós parlamentares estamos aqui e fomos eleitos com essas mesmas urnas eletrônicas?
Zenaide também criticou medidas tomadas por Bolsonaro e afirmou que o governo reduziu as reservas internacionais do Brasil em US$ 65 bilhões, além de “vender parte do patrimônio do povo brasileiro, como a Eletrobras, a TAG transportes de gás e a BR Distribuidora”.
— Não disse onde botou esse recurso e ainda aumentou a dívida pública, de 49% para 80% do produto interno bruto (PIB). Não investiu em nada, gente. Deixou um país com trinta e tantos milhões de pessoas com fome — insegurança alimentar, na verdade, é fome. Voltamos ao mapa da fome. Eu, como médica, a gente está tendo a tristeza de ver, em atestados de óbito de criança, desnutrição grave comocausa mortis.
A senadora ainda disse ainda que o governo passado deixou o país “isolado” e com a taxa de juros alta. Segundo Zenaide, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, está “falindo” as empresas brasileiras, já que elas não conseguem mais pagar os financiamentos bancários.