Dois irmãos gêmeos, de 29 anos, foram presos pela Polícia Federal em Guarujá, no litoral de São Paulo, nesta terça-feira (15), por crimes relacionados à pedofilia As investigações já identificaram ao menos três vítimas, que foram estupradas enquanto crianças e adolescentes em um intervalo aproximado de dez anos.
A segunda fase da Operação Twins (gêmeos, em Inglês) foi deflagrada para a prisão dos irmãos após autorização da 5ª Vara da Justiça Federal em Santos. Na etapa inicial, os policiais conseguiram localizar e apreender celulares e computadores, na casa dos alvos, com vestígios de arquivos de imagens com pornografia infantil.
Foram os depoimentos das vítimas, entretanto, que sustentaram a ordem de prisão preventiva cumprida pela Polícia Federal. Durante uma década, conforme apurado nas investigações, duas meninas e um menino eram obrigados a manter relações sexuais com os irmãos, que pertencem ao mesmo núcleo familiar.
A PF apurou que os abusos ocorriam enquanto os gêmeos ficavam responsáveis por cuidar dos menores, em momentos distintos, às vezes na ausência dos pais. Em alguns atos, as vítimas tinham que assistir a vídeos pornográficos, baixados da internet, em que aparecem menores de idade. A polícia ainda não sabe se os estupros também eram gravados.
A equipe da delegada federal Cassiana Saad de Carvalho, que coordena a apuração do caso, constatou que os crimes cometidos ocorreram enquanto as três vítimas possuíam idades entre 5 e 13 anos. "Verificamos que quando uma ficava mais velha, eles se voltavam para a mais jovem, de forma sucessiva", explicou.
Um dos irmãos trabalha em uma imobiliária, e o outro em uma pizzaria na cidade. A suspeita é que eles tenham cometido abusos em outras crianças, situação que torna-se alvo de apuração nos próximos dias pela Polícia Federal. As três vítimas identificadas pelo órgão passam, atualmente, por assistência psicológica.
Todo o material apreendido foi encaminhado à perícia para ser analisado. Preliminarmente, já foram identificados indícios de crimes cibernéticos transnacionais relacionados à pornografia infantil, por envolver a internet para eventual produção, armazenagem e compartilhamento de fotos e vídeos com conteúdo ilícito.
Os irmãos foram submetidos à audiência de custódia ainda nesta terça-feira, onde a prisão foi mantida pela Justiça, e depois encaminhados ao Centro de Detenção Provisória (CDP) da região. A Polícia Federal não divulgou o nome dos envolvidos, que podem ficar presos por mais de 30 anos, para preservar as vítimas.
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