O senador Plínio Valério (PSDB-AM) relatou, em pronunciamento no Plenário nesta terça-feira (4), a atuação da CPI das ONGs, presidida por ele. O senador informou que nesta terça foram ouvidos mais três representantes indígenas e ribeirinhos. Segundo ele, os depoimentos trouxeram à tona as dificuldades e problemas dos indígenas, expondo como são usados, negados e esquecidos.
— Os índios que têm ido à nossa CPI têm dito o seguinte: nós não toleramos mais ser tutelados por estrangeiros, nós queremos ter autonomia e segurar as rédeas do nosso destino em nossas próprias mãos. Os índios querem ser protagonistas da sua história, e não mais meros coadjuvantes. É isso o que a gente está mostrando na CPI e é isso o que o Brasil vai ver — disse.
De acordo com o parlamentar, a CPI das ONGs tem o papel de mostrar ao Brasil o outro lado da versão apresentada por essas organizações sobre a demarcação de terras no país, ao dar voz aos indígenas e ribeirinhos que reclamam do abandono nas reservas, o que obriga os povos a migrarem para as cidades em busca de melhores condições de vida. Plínio Valério mais uma vez citou o exemplo da situação observada em Manaus, onde cerca de 40 mil indígenas de várias etnias estariam vivendo em condições sub-humanas, enfrentando desemprego e invadindo terras na capital do Amazonas.
— O que não pode mais é termos uma população cada vez mais pobre e esses "ongueiros" cada vez mais ricos, vivendo de forma nababesca. Quando realizam fóruns sobre a Amazônia, o fazem em ilhas paradisíacas. A última foi agora, na Ilha da Madeira, em Portugal, para falar da Amazônia, porque "amam" a Amazônia — ressaltou.
O parlamentar ressaltou ainda que a comissão tem como objetivo mostrar a diferença entre o discurso das ONGs e a realidade enfrentada pelos habitantes da Amazônia. Segundo ele, enquanto algumas ONGs captam recursos para supostamente combater a pobreza, os depoimentos revelam que muitas vezes esses recursos não chegam às pessoas necessitadas. O senador informou que na próxima terça-feira (11), às 11h, está previsto o depoimento do ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo.
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