A fronteira entre Venezuela e Brasil amanheceu fechada neste sábado (19). A medida foi determinada pelo presidente Nicolás Maduro às vésperas das eleições presidenciais que ocorrem neste domingo (20).
Candidato à reeleição, Maduro lidera as pesquisas de opinião em uma eleição na qual os principais opositores não podem concorrer. O país vive uma grave crise econômica e humanitária, o que fez aumentar os fluxos migratórios de venezuelanos para outros países, como o Brasil.
Segundo o Itamaraty, a fronteira foi fechada às 21h de sexta (18) e deve permanecer assim até às 6h da próxima segunda. A informação foi repassada ao Itamaraty pela Embaixada do Brasil em Caracas.
Na fronteira, a 215 km de Boa Vista, veículos estão proibidos de entrar ou sair da Venezuela e até às 10h pessoas cruzavam o caminho a pé. No entanto, depois desse horário guardas venezuelanos proibiram completamente o tráfego no local.
No início da manhã dese sábado, a fronteira estava fechada apenas no posto de fiscalização de Santa Elena de Uairén. Às 8h30 (9h30 de Brasília), no entanto, guardas venezuelanos bloquearam a passagem logo na divisa entre os dois países. A cidade é a primeira depois de Pacaraima, município brasileiro ao Norte de Roraima.
A medida de fechar a fronteira é adotada pela Venezuela sempre que ocorrem eleições no país como forma de segurança durante o pleito.
Mesmo com a fronteira fechada, no início da manhã venezuelanos ainda conseguiram sair do país. A engenheira química Henmar Medina, de 28 anos, cruzou a divisa entre os dois países a pé. Ela saiu de Valência, no estado de Carabobo, na última quarta-feira (23), para fugir da crise que devasta a Venezuela.
“Vou para Buenos Aires. Na Venezuela não tinha mais como ficar. Ontem tive medo de não conseguir sair, mas consegui. Não há problema se tenho que ir a pé", disse.
Outros dois venezuelanos também cruzaram a fronteira com ela. Os três se conheceram no caminho e em comum têm a vontade de deixar o país, conseguir trabalho no Brasil e voltar para buscar a família.
Eles, assim como milhares de venezuelanos, acreditam que as eleições serão manipuladas. “Não quisemos esperar as eleições. É mais do mesmo. Não acredito no processo eleitoral” declarou Carlos Ocopio, 41.
Mín. 20° Máx. 28°