19°C 30°C
Santo Estêvão, BA
Publicidade

Etnias ciganas pedem acesso a políticas públicas e reconhecimento pelo Censo

Renato Araujo/Câmara dos Deputados Comissão ouviu representantes do governo e dos povos ciganos Vítimas de preconceitos e desconhecimento por gra...

24/08/2023 às 20h51
Por: Correio Fonte: Agência Câmara de Notícias
Compartilhe:
Comissão ouviu representantes do governo e dos povos ciganos - (Foto: Renato Araujo/Câmara dos Deputados)
Comissão ouviu representantes do governo e dos povos ciganos - (Foto: Renato Araujo/Câmara dos Deputados)

Vítimas de preconceitos e desconhecimento por grande parte da população, os ciganos vivem no Brasil desde o século 16, mas são invisibilizados e não conseguem acesso a políticas públicas.

Para tentar mudar essa situação, a Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados realizou nesta quinta-feira (24) audiência pública com integrantes do governo e com representantes dos ciganos.  Durante a reunião, foi discutido o Estatuto do Povo Cigano (PL 1387/22), proposta que está sendo analisada na Casa.

O representante da Associação Nacional das Etnias Ciganas, Wanderley da Rocha, afirmou que os ciganos querem ser reconhecidos e, para isso, é preciso que eles façam parte do Censo demográfico brasileiro. “Nós somos sim invisibilizados e sonhamos em sair da invisibilidade porque sabemos que é direito nosso e dever do Estado”, afirmou.

A proposta do estatuto prevê o combate à discriminação e à intolerância e determina que cabe ao Estado garantir a igualdade de oportunidades e defender a dignidade e os valores religiosos e culturais dos ciganos, por meio de políticas públicas de desenvolvimento econômico e social e também através de ações afirmativas.

Wanderley da Rocha: é dever do Estado tirar os ciganos da invisibilidade
Wanderley da Rocha: é dever do Estado tirar os ciganos da invisibilidade - (Foto: Renato Araujo/Câmara dos Deputados)

O projeto torna obrigatória a coleta periódica de informações demográficas sobre os povos ciganos, para que sirvam de subsídios na elaboração de políticas públicas.

Segundo o texto, caberá ao Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial a organização e a articulação de políticas e serviços federais.

O representante do Ministério da Igualdade Racial, Ronaldo dos Santos, afirmou que o Estatuto do Cigano vai colocar o Brasil na vanguarda do reconhecimento dos direitos dessa população marginalizada no mundo inteiro, mas antes é preciso fazer o levantamento da realidade dessas pessoas para poder executar as políticas públicas necessárias.

“O Brasil não se conhece, o Brasil insiste em não se conhecer. E todos os dias, quando o Brasil se conhece mais um pouquinho, dá a impressão de que o Brasil precisa se esforçar mais para se conhecer mais e melhor, porque ninguém cuida ou respeita aquilo ou aquele que não conhece”, declarou.

Luizianne Lins: ciganos habitam o Brasil há séculos, mas ainda lutam por reconhecimento
Luizianne Lins: ciganos habitam o Brasil há séculos, mas ainda lutam por reconhecimento - (Foto: Renato Araujo/Câmara dos Deputados)

A presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputada Luizianne Lins (PT-CE), lembrou que, apesar de habitarem o Brasil há mais de 400 anos, os ciganos ainda são invisíveis para a maior parte da população.

“Esses grupos honram sua ancestralidade, lutam por direitos para manterem suas origens, uma vez que hábitos nômades dificultam seus registros e organização. Hábitos nômades muitas vezes seguidos de expulsões para manter a invisibilidade e silenciar a população, quando não se trata muitas vezes de conflito de terra”, alertou.

O povo cigano, é representado no Brasil por três etnias: Rom, Calon e Sinti.

Violência
O procurador do Ministério Público Federal, José Godoy, denunciou a violência perpetrada pelo Estado brasileiro contra os ciganos, o que deveria ser levado a uma corte internacional de direitos humanos.

“O que une todos esses grupos, sejam calons, sinti ou roms, sejam ciganos com condições financeiras confortáveis, sejam pobres ou na extrema pobreza, é a violência policial. Essa não tem discriminação e ela bate, ela atira, ela afeta todos os ciganos no Brasil”, lamentou.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
Santo Estêvão, BA
27°
Tempo nublado

Mín. 19° Máx. 30°

28° Sensação
3.91km/h Vento
52% Umidade
100% (4.4mm) Chance de chuva
05h02 Nascer do sol
05h39 Pôr do sol
Sex 34° 19°
Sáb 32° 20°
Dom 36° 20°
Seg 32° 21°
Ter 33° 20°
Atualizado às 15h06
Publicidade
Anúncio
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,70 +0,44%
Euro
R$ 6,16 +1,11%
Peso Argentino
R$ 0,01 +0,72%
Bitcoin
R$ 463,385,91 +0,89%
Ibovespa
129,567,58 pts -0.59%
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Lenium - Criar site de notícias