O garoto que sofreu discriminação por parte de um segurança, ao ser impedido de se alimentar na em um shopping de Salvador, voltou a estudar. A informação foi divuldada pela Defensoria Pública da Bahia (DPE) na quinta-feira (5).
Conforme o DPE, o garoto estava matriculado em uma escola no bairro de Fazenda Coutos onde morava com a família. Após se mudar para Pernambués, a mãe da criança não conseguiu vaga em uma escola nesse novo bairro.
Ao órgão, a mãe do menino de 12 anos informou que ele estava no estabelecimento porque ela não havia conseguido matriculá-lo em uma escola próxima à residência onde moram. Sem condições financeiras de arcar com o valor do transporte de uma escola mais distante, o menino ficou sem estudar.
Depois do caso, que aconteceu no dia 11 de junho, o núcleo de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente do DPE interveio na situação e conseguiu uma vaga para o garoto em uma escola próxima à casa dele.
Ainda segundo a Defensoria, apoio e orientação jurídica está sendo prestado às partes envolvidas no caso.
O episódio de discriminação aconteceu no dia 11 de junho. O segurança do Shopping da Bahia tentou impedir um homem de pagar o almoço para uma criança na praça de alimentação do estabelecimento.
O caso veio à tona após o vídeo que flagrou a situação ter viralizado nas redes sociais. As imagens mostram um cliente se aproximando de um dos restaurantes do shopping, acompanhado da criança, supostamente em situação de rua, que teria pedido ajuda para almoçar.
Em um dos momentos do vídeo, é possível ver que o segurança tenta tirar a criança à força da praça de alimentação. A situação gerou revolta nos clientes que estavam no local e acompanhavam a abordagem. É possível ouvir uma senhora gritar: "Não faça isso não".
Ainda no vídeo, o cliente, que estava disposto a pagar o almoço, impede que o segurança chegue perto do menino. A situação começou a ficar mais tranquila com a chegada de um supervisor do setor de segurança do shopping, que permitiu que o cliente pagasse o alimento para a criança.
Por meio de nota, o Shopping da Bahia pediu desculpas pela situação e disse que a postura adotada pelo segurança não condiz com o treinamento recebido pelos funcionários, "tanto que a atitude tomada pelo supervisor de segurança reforça o direito do cliente e o acolhimento com a criança", afirmou à época do caso.
Coletivos e movimentos ligados à luta contra o racismo chegaram a realizar um protesto contra a discriminação sofrida pela criança, no dia 16 de junho. O ato, que foi batizado como "Rolezinho das Caras Pretas", ocorreu no Shopping da Bahia, e contou com cerca de 100 pessoas.
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