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General Mourão é solução caseira após tentativas frustradas de Bolsonaro para encontrar um vice

A expectativa é que a chapa seja oficializada nesta tarde em convenção do PRTB

06/08/2018 às 11h34
Por: Fonte: G1
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Reprodução
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Escolhido ao apagar das luzes, no último dia para definição das chapas, o general de reserva do Exército Antonio Hamilton Martins Mourão (PRTB) não é nem de longe o vice dos sonhos do candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Mourão acabou sendo uma solução caseira que, ao fim, acena apenas para um nicho do eleitorado que já está em boa parte conquistado pelo capitão do Exército.

Na avaliação da própria campanha de Bolsonaro, o ideal seria um vice com nome mais agregador, que ajudasse o cabeça de chapa a conquistar terreno em outras fatias do eleitorado.

Bolsonaro tentou acenar, por exemplo, para os cristãos evangélicos, buscando o senador Magno Malta (PR), e para as mulheres, área onde o ex-capitão tem dificuldade de crescer, com a advogada Janaína Paschoal (PSL). Não conseguiu.

A avaliação interna, contudo, sempre foi de que não seria ruim uma chapa “puro sangue” militar, mas, nesse caso, o nome mais desejado era o do general Augusto Heleno, cuja voz seria mais aceita na sociedade. O general Heleno também queria, mas o partido ao qual ele se filiou, o minúsculo PRP, não concordou.

Mesmo que Heleno tenha, como Mourão, defendido o regime militar (1964-1985), ele é um general considerado mais agregador e com trânsito na sociedade civil, até pelos postos mais expressivos que ocupou, da missão de paz no Haiti ao Comando Militar da Amazônia.

Hamilton Mourão aconteceu na vida política brasileira apenas defendendo o regime militar. Em palestra no ano passado, afirmou que era preciso retirar da vida pública alguns elementos envolvidos em todos os ilícitos ou o Exército iria impor isso.

Antes, em 2015, ainda no governo Dilma Rousseff, defendeu uma intervenção militar como remédio para a grave crise econômica e política da gestão petista.

Nas duas ocasiões, recebeu “punições” leves, como a perda do posto ou a agilização de sua aposentadoria que, no fundo, já estava próxima.

Internamente, no Exército, inclusive, fala-se que os gestos de Mourão eram apenas uma sinalização do general para o Clube Militar do Rio de Janeiro, espécie de órgão representativo especialmente de quem está na reserva das Forças Armadas, que ele passou a presidir neste ano.

Mourão não representa sequer o pensamento geral das Forças Armadas. Há uma nova geração de militares que não concorda com todas as opinões mais radiciais dele e de seu companheiro de chapa, como a defesa do torturador da ditadura Carlos Alberto Brilhante Ustra.

Líder das pesquisas no cenário sem o ex-presidente Lula, Bolsonaro acabou isolado por seu discurso e com um vice distante do seu sonho. E agora enfrentará o momento oficial da campanha com uma chapa sem representatividade além do círculo militar.

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