Em homenagem ao Dia dos Pais, prefeitura conta história de superação de vida do professor Antonio Rocha e sua relação de amor com os filhos

Neste  Dia dos Pais,  o professor  Antonio Rocha dos Santos, foi o homenageado pela prefeitura, que contou sua história de vida e superação. 

Nascido em 1956, no povoado de Paiaiá, aquele garoto jamais imaginaria que seu destino seria marcado como um super pãe. 
Antonio, que se formou em Estudos Sociais pela na UEFS, aos 24 anos de idade começou a dar aulas e a partir dali, a lição da boa educação alicerçada pela família, do qual sempre ensinou aos seus alunos, mais tarde seria uma marca de sua trajetória de vida.
Pai de dois filhos, Diogo e Cléssia, no ano de 1995 sofreu o golpe mais duro para um pai: sua filha Deise, veio a falecer vítima de câncer. Três anos depois, uma tragédia em família mudaria para sempre o seu posicionamento como figura paterna. Naquele ano, o professor perdeu a sua esposa, vítima de um afogamento. No dia seguinte, Antonio, sem ajuda de quase ninguém, teve que aprender a ser também uma mãe para seus filhos que na época tinham apenas 13 e 9 anos, respectivamente. Sozinho, teve que aprender a realizar as tarefas do lar, trabalhar 40 horas semanais dando aula e ser um protetor para os órfãos de mãe. “Passei por todas as dificuldades possíveis. Acho que a ficha só caiu anos depois que me vi tomando conta dos meus filhos”, relembra. 
Um certo dia, sua filha adoeceu e teve que ficar dois anos entre internamento e tratamento em Feira de Santana. Foi o período mais difícil para o professor, que passava o dia com a filha no hospital e no final da tarde se apressava para chegar a Santo Estevão para não deixar seu filho dormir sozinho. “Em Feira eu resolvia tudo para Cléssia e a noite tinha que me desdobrar para deixar tudo encaminhado para Diogo no dia seguinte”.
Antonio sempre foi um alicerce seguro em casa e na vida dos filhos. “Fazemos tudo junto. Acompanho meus filhos nos cursos que fazem, em congressos que participam e com Cléssia, que é jornalista, já fiz muitas matérias ao lado dela”. 
Em 2017, ao acompanhar sua filha que mais uma vez enfrentava um problema de saúde, foi a um hospital de Salvador e acabou ficando internado, após os médicos perceberem um problema circulatório. “Fui levar minha filha e terminei ficando internado com um grande problema que eu nem sabia que tinha. É mais um sinal do quanto nossas vidas estão entrelaçadas”, releva em tom emocionado. Agora, na condição inversa, Cléssia suspendeu seu tratamento e foi cuidar do pai. Antonio passou por 9 meses de internamento, 3 cirurgias, que resultou na amputação de parte do pé. Mas foi justamente aí, de uma história dolorosa que veio a superação. 
Antonio ganhou uma bolsa de estudos na FAT e cursa o segundo semestre de jornalismo. A mesma profissão da filha, que por sua vez, encantada com a reviravolta que seu pai deu, se motivou e passou a cursar Letras na UEFS. “A gente supera tudo juntos. Somos assim”, contou Cléssia.
O professor mudou os hábitos alimentares, melhorou sua qualidade de vida, focou nos estudos e continua cercado de amor pelos filhos, fruto de sua dedicação durante toda a sua missão de pai.
Um dos fundadores do programa Paraguassu Notícias, conhecido por seus comentários muitas vezes polêmicos, ele promete que está voltando aos poucos ao rádio, sua grande paixão que começou no final da década de 70, na Rádio Fundação São Gonçalo. Sempre apaixonado pelo esporte, diz que continua fã do Fluminense de Feira e ainda quer colaborar muito com o esporte na cidade. 
Hoje já aposentado, Antonio Rocha conta que sempre viu em seus alunos um pouco dos seus filhos. “Ser professor nos aproxima muito da relação de pai. Somos educadores e isso nos torna próximos, ainda mais quando conhecemos as realidades em sala de aula”, conta o professor que, ao longo da vida, acredita que teve mais de 5 mil alunos.
Antonio Rocha: professor, PAI, amigo, herói. A ele, todo nosso carinho e respeito. Em nome deste grande ícone da nossa cidade, homenageamos todos os pais por este dia.