O garoto de 8 anos que teve um espeto cravado no olho enquanto brincava na porta de casa, na cidade de Santa Luzia, no sul da Bahia, segue internado em um hospital de Itabuna, na mesma região, há quase um mês.
De acordo com a assessoria do hospital Manoel Novaes, em Itabuna, onde Rian Santos está internado, o garoto sofreu um problema no estômago devido a uma medicação forte, e vai passar por exames. Diante da situação, ele segue sem previsão de alta.
A mãe do garoto, Marinalva Santos, disse que Rian teria alta ainda nesta semana, mas que com esse problema no estômago, a alta foi adiada.
"Ele não consegue comer nada, quando come coloca para fora", disse.
Rian teve um espeto de 38,5 centímetros de comprimento cravado no olho enquanto brincava na rua da casa onde mora. A parte do objeto que perfurou o cérebro do menino tem 12,5 centímetros de comprimento.
Ele já tirou os pontos da cirurgia, feita para tirar o objeto do rosto, e sempre passa por exames oftalmológicos. De acordo com a mãe do menino, Rian está enxergando normalmente, mas continua com dificuldade para abrir o olho, pois precisa segurar a pálpebra com a mão.
Caso
Rian teve o espeto cravado no olho na tarde do dia 22 de julho. Ele foi socorrido para o Hospital Calixto Midlej Filho, na cidade de Itabuna, que fica a cerca de 100 quilômetros de Santa Luzia.
De acordo com a Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, que administra a unidade, o objeto passou pelo seio cavernoso e ficou no tronco encefálico. Na unidade, o menino passou por uma cirurgia que durou cerca de três horas e foi levado para o Centro de Tratamento e Terapia Intensiva do Hospital Manoel Novaes, também administrado pela Santa Casa, no final da tarde do mesmo dia do acidente.
Os médicos relataram que, por pouco, Rian não teve graves sequelas. O espeto entrou pela órbita direita, cavidade onde fica o olho, raspou pela carótida, artéria que leva o sangue para o cérebro e atingiu o tronco encefálico, região que comanda as funções vitais, como o batimento do coração, respiração.
Segundo os médicos, o objeto ficou a um milímetro do nervo ótico do garoto. Essa pequena diferença podia ter deixado o menino sem enxergar ou, até, ter levado ele à morte.
Os médicos contaram que o espeto ficou, justamente, na área que poderia ser mexida sem comprometer a saúde do menino.
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