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Após 3 meses de preparação, padre nega batizar primos na hora da cerimônia

Líder religioso anunciou em missa que não faria o batismo porque pais e padrinhos não eram casados na Igreja. Família diz que o requisito não foi informado antes. Taxas foram pagas.

28/08/2018 às 18h05 Atualizada em 28/08/2018 às 18h06
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Um padre se negou a batizar dois primos de 13 anos minutos antes da cerimônia começar, em Salvador, porque os pais e padrinhos dos adolescentes não são casados na Igreja Católica. No entanto, os meninos foram preparados por cerca de três meses para o batismo e, segundo a família deles, o requisito não foi informado anteriormente.

"Em nenhum momento foi perguntado se nós éramos católicos praticantes, se éramos casados no civil, no religioso. Em nenhum momento. Nem no curso e nem na inscrição. Não foi pedido nenhum documento que a gente fosse casado na igreja", contou o comerciante Antônio de Oliveira Filho, pai de um dos meninos.

O caso ocorreu na Igreja Senhor Bom Jesus dos Milagres, no bairro de Brotas, no último domingo (26). Os adolescentes, um garoto e uma garota, estavam prontos para serem batizados, quando foram surpreendidos pela recusa do padre João Eduardo. Familiares e amigos, incluindo os padrinhos dos meninos, estavam na igreja e esperavam pela cerimônia.

"Para nossa surpresa, o padre, no microfone, ainda antes de finalizar a missa, falou que tinha o batismo marcado naquele dia, que embora estivesse tudo já programado, ele não iria realizar porque os pais e padrinhos não eram casados perante a igreja. Minha filha já estava sendo preparada na catequese da escola da própria igreja já há mais de três meses, assim como meu sobrinho. E seguimos todas as orientações. Teve reunião de pais, teve curso de pais e padrinhos...", contou a publicitária Carolina Matheo, mãe da garota.

A atitude do padre gerou revolta na família. Os pais contam que, durante a preparação para o batismo, cumpriram com todos os protocolos e chegaram a pagar taxas para a realização da cerimônia, que não aconteceu.

"Não estamos contra as leis da igreja. Estamos questionando como foi tratado o assunto pelo padre no momento, espondo tanto as crianças, quantos as pessoas que estavam lá. Chamamos nossa família, as pessoas conhecidas, e ele expôs todo mundo na frente da comunidade. A igreja estava lotada. Acho que devia ter mais de 100 a 150 pessoas. Não tinha nem lugar para sentar", disse Antônio de Oliveira.

Em contato com a reportagem, o padre João Eduardo informou que orientou a família, através da equipe de catequese, que, conforme as regras da religião, os padrinhos deveriam ser casados na Igreja Católica, mas que a recomendação não foi seguida e que ele cumpriu o que a doutrina determina.

Ainda de acordo com o líder religioso, ele já tinha facilitado ao abrir uma exceção para batizar os adolescentes, já que o batismo é dado a crianças de até 7 anos de idade.

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