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SEI destaca dificuldades das mulheres para conciliar vida profissional, doméstica e cuidados

Apesar da população feminina de 25 anos ou mais apresentar maior nível educacional, as mulheres auferem menores rendimentos. O post SEI destaca di...

07/03/2025 às 13h36
Por: Correio Fonte: Secom Bahia
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Foto: Divulgação/Ascom SEI
Foto: Divulgação/Ascom SEI

Para marcar o Dia Internacional da Mulher (8 de março), a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) reafirma seu compromisso com a produção de conhecimento a serviço da sociedade e ressalta os desafios persistentes enfrentados pelas mulheres. Com base nos dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2023, 52,2% da população em idade para trabalhar do estado (14 anos ou mais) eram mulheres (6,3 milhões). No entanto, elas não eram maioria na força de trabalho, visto que representavam 43,2% (3,0 milhões de mulheres), enquanto os homens eram 56,8% (3,9 milhões de homens).

Em relação à escolaridade, o percentual de mulheres supera o dos homens com Ensino Médio e Superior completos, na faixa de idade de 25 anos ou mais. Na Bahia, em 2023, enquanto 36,3% das mulheres concluíram o Ensino Médio, apenas 33,4% dos homens alcançaram esse mesmo nível de formação. Em adição, cerca de 15,1% das mulheres possuem o Ensino Superior, contra 10,2% dos homens. Dentre os indivíduos que não sabiam ler nem escrever, de forma absoluta, havia mais homens (603 mil) do que mulheres (558 mil).

Apesar da população feminina de 25 anos ou mais apresentar maior nível educacional, as mulheres auferem menores rendimentos. A renda média real, a preços de 2023, habitualmente recebida no trabalho principal, das mulheres (R$1.935) era inferior à dos homens (R$ 2.052) e menor do que a média para o estado (R$ 2.004), considerando os indivíduos com 25 anos ou mais.

A análise conjunta do quesito raça e gênero revela acúmulo de vulnerabilidades no mercado de trabalho para as pessoas do sexo feminino e negra. A renda média real habitualmente recebida no trabalho principal pelas mulheres negras de 25 ou mais de idade ocupadas (R$ 1.742) correspondeu à 58,2% do montante auferido pelos homens brancos (R$ 2.991) na mesma faixa etária. Esses últimos possuíam o maior rendimento médio, seguido das mulheres brancas (R$ 2.749) e dos homens negros (R$ 1.845). Isso sugere que, na Bahia, a raça tem uma influência maior sobre o rendimento em comparação ao gênero.

A decisão da mulher de entrar no mercado de trabalho vem acompanhada de escolhas adicionais como, por exemplo, a de quem vai realizar os afazeres domésticos e de cuidados de crianças, idosos, enfermos e pessoas com deficiência, a depender da estrutura familiar e da renda.

“Historicamente, as responsabilidades por essas tarefas têm sido atribuídas exclusivamente às mulheres. Desta forma, existem aquelas que acumulam dupla jornada de trabalho, realizando o trabalho remunerado e as atividades domésticas e de cuidado, e as que contam com a ajuda de outras mulheres, através do trabalho de cuidado não pago ou do trabalho de cuidado pago”, explica a coordenadora de Pesquisas Sociais da SEI, Lucigleide Nascimento.

Para ilustrar essa realidade no estado, a PNAD Contínua de 2023 revelou que entre as mulheres com idade entre 14 e 29 anos, que não estavam estudando, nem trabalhando e nem procurando trabalho (380 mil), 50% (190 mil) justificaram como motivo ter de cuidar dos afazeres domésticos, dos filhos ou de outros parentes. São elas que, muitas vezes, enquanto as mães se encontram inseridas no mercado de trabalho, auxiliam nos cuidados de irmãs e irmãos menores e nas atividades domésticas.

As mulheres também se revelaram maioria entre os que desistiram de procurar trabalho (desalentados), na faixa etária de 14 a 29 anos. Do total de 216 mil indivíduos em desalento na Bahia em 2023, 122 mil eram mulheres, o que correspondia a 56,2% dos desalentados na referida faixa etária no estado. São consideradas desalentadas aquelas pessoas que estão fora da força de trabalho (nem ocupadas, nem desocupadas) e, embora estivessem disponíveis, não tomaram providência para conseguir trabalho, pelos motivos de: não ter conseguido trabalho adequado; não ter experiência profissional ou qualificação; não haver trabalho na localidade; ou por ser considerado muito jovem ou idoso.

Quanto às gerações mais novas, como as atividades estão distribuídas entre meninas e meninos? A PNAD Contínua possui informações sobre as pessoas de 05 a 13 anos e, embora não haja uma diferença expressiva entre o total de meninas (938 mil) e meninos (951 mil) nessa faixa etária na Bahia, elas (45,1%) aparecem com maior participação nas atividades domésticas em relação a eles (34,6%). De acordo com a pesquisa, quando comparadas aos meninos, as meninas predominam nas atividades domésticas para o próprio domicílio, como preparar ou servir alimentos; arrumar a mesa ou lavar as louças; cuidar da limpeza ou manutenção de roupas e sapatos; e limpar ou arrumar o domicílio, a garagem, o quintal ou o jardim.

Analisando apenas aqueles de maior idade nesse grupo etário, os meninos de 13 anos dedicaram em média 6,1 horas semanais. Já as meninas, nesta mesma faixa etária, dedicaram em média 8,9 horas semanais, o que representou quase 3 horas a mais que os meninos. Desigualdades de uso do tempo que se revela desde os mais jovens.

A pesquisa permitiu identificar que as meninas de 05 a 13 anos que residem em domicílios chefiados por mulheres ocupadas em atividade informal dedicam em média mais horas semanais (10,3 horas) em tarefas domésticas e atividades de cuidado de pessoas, em comparação àquelas em que a chefe do domicílio está ocupada em atividade formal (7,9 horas).

No que se refere ao trabalho doméstico pago, entre a população em idade de trabalhar, essa atividade é desempenhada majoritariamente por mulheres. Segundo a PNAD Contínua, em 2023, 94,0% das pessoas ocupadas com trabalho doméstico no estado eram mulheres (367 mil). Dessas, apenas 14,6% tinham carteira de trabalho assinada, o que mostra que a maioria delas são informais.

“A forma desigual como homens e mulheres realizam as atividades domésticas e de cuidado de pessoas se reflete em barreiras à entrada e à permanência das mulheres no mercado de trabalho, além de reduzir as oportunidades de crescimento na carreira. Os avanços em relação à escolaridade devem ser reconhecidos, mas ainda há um longo caminho a percorrer para garantir que as mulheres tenham condições reais de igualdade no trabalho e na vida pública. Para isso, são necessárias políticas públicas equitativas que promovam a disponibilidade de creches e escolas de tempo integral, a redistribuição das responsabilidades de cuidado e a valorização do trabalho feminino, garantindo que o futuro seja cada vez mais igualitário e justo para todas as pessoas”, avalia Lis Helena Borges, Especialista em Produção de Informações da SEI.

Fonte: Ascom/SEI

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