Um homem de 27 anos é apontado pela família da companheira dele como suspeito de estuprar uma garota de 14 anos, que é sobrinha da mulher. O caso ocorreu no bairro da Mata Escura, em Salvador.
De acordo com a denúncia, os abusos ocorriam há cerca de um ano e foram descobertos após mãe achar mensagens do suspeito no celular da garota e pressionar a filha, que acabou revelando o que acontecia. O crime está sob investigação da Polícia Civil.
A adolescente mora com os avós desde que nasceu. A casa da tia, onde o suspeito morava, fica ao lado do imóvel, na mesma rua. Os abusos aconteciam quando a garota estava só. A família conta que a menina era ameaçada pelo suspeito para não relatar o caso. O homem estava na família há 13 anos.
De acordo com a mãe da vítima, a balconista Cíntia Oliveira, de 31 anos, a filha denunciou os estupros após ser pressionada por ela. Comportamentos estranhos da adolescente teriam levantado suspeitas na mulher, que passou a monitorar as mensagens nas redes sociais da filha.
"Minha filha estava agressiva, triste, não queria sair. Então, eu abri o Facebook dela em meu celular há cerca de um mês, para observar. Quando foi na segunda-feira [27], ele [o suspeito] chamou ela no chat. Eu achei estranho e fui conversando com ele, como se fosse minha filha. Ele, então, perguntou onde minha filha estava e pediu para vê-la. Eu disse que não dava", contou.
Depois disso, a mulher conta que ficou desconfiada e chegou a imaginar que a filha tivesse um caso com o marido da tia. Com essa suspeita, a balconista procurou a menina e perguntou o que estava acontecendo
"Eu comecei a xingar ela, achando que minha filha estivesse traindo a tia, mas, aí, ela contou que não era bem assim. Ela me disse: 'mãe, eu não gosto. Ele vem me ameaçando, abusando de mim, desde os 13 anos. A primeira vez foi no ano passado, quando minha tia saiu e deixou a gente só na casa deles. Ele me agarrou'", disse.
Cíntia conta que, após a revelação, ainda chegou a questionar se a filha não tinha consentido o sexo. "Eu perguntei: 'Filha você gostava dele?' Ela me disse que não, que era obrigada", relatou.
A balconista afirmou, ainda, que, depois de toda a confirmação da menina, ela procurou a Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Contra a Criança e Adolescente (Dercca) e denunciou o caso, na terça-feira (28). Em seguida, a família armou um plano para tentar pegar o suspeito em flagrante.
"Minha mãe contou tudo para minha irmã e nós armamos para pegar ele. Minha mãe e minha irmã fingiram que tinham saído e nós ficamos na casa da vizinha observado tudo. Assim que ele viu que não tinha ninguém em casa, ele olhou o beco para confirmar e, em seguida, entrou na casa de minha mãe. Nós corremos para minha filha não ter que passar por tudo outra vez. Quando chegamos lá, ele estava pelado. Minha filha ainda estava vestida, mas ele estava sem roupas. Ele, então, vestiu a bermuda rápido. Ele não teve reação depois disso", contou a mãe da adolescente.
Após a situação, houve uma confusão e o suspeito foi encaminhado por policiais militares para a Dercca, onde foi ouvido e liberado. Ele nega ter estuprado a garota. Segundo a polícia, o plano armado pela família não foi considerado flagrante. Com isso, o suspeito passou a ser investigado em liberdade.
A adolescente passará por exame de corpo de delito na próxima semana e deve ser ouvida novamente pela polícia. Cíntia Oliveira contou que quer Justiça pela filha.
"Ele [o suspeito] saiu da delegacia com ar de riso, olhando para minha cara. E, agora, está dizendo que minha filha dava mole para ele. Minha filha é uma criança. Ele viu ela na minha barriga, mas não respeitou e fez isso. Eu entrego ele nas mãos de Deus. Não quero que ele morra. Só quero que ele pague pelo que ele fez. Minha filha está abalada. Eu nem estou deixando ela ir para a escola", disse a balconista.
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