Com a tendência de polarização entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) apontada nas últimas pesquisas, o PT do ex-presidente Lula não nega que utilizará todas as estratégias que possue para derrota-lo, dentre elas o retorno da aliança com o MDB.
O assunto não é comentado abertamente, mas nos bastidores ganha cada vez mais força. Conforme fontes do BNews, as conversas, ao menos por enquanto, estão sendo com figuras emblemáticas. Uma delas seria o senador pelo Paraná, Roberto Requião, que sempre esteve ao lado do PT, tem hoje o respeito da esquerda e da direita e considera o candidato do seu partido “um gerentão de banco completamente equivocado”.
“Não se trata de uma relação orgânica, desenvolvida ou criada de maneira organizada, que respeita uma organização, partido, conforme seu significado, mas que envolve alguns personagens com objetivo claro de derrotar a extrema direita de Bolsonaro que cresce cada vez mais nas pesquisas e precisa ser barrado em prol do Brasil”, reforçou a fonte.
Esse acordo pode ser estendido ainda para outros partidos. “Desde que concordem discutir o país com ideias que se enquadrem com o que consta no nosso programa de governo para acabar com a crise instaurada hoje no país, com o desenvolvimento econômico, que concorde com amplas reformas como a tributária para favorecer os mais pobres. Enfim, que haja consenso por um Brasil melhor”, reforçou.
Esse cenário em que o PT se aliou ao MDB, inclusive, já é real em alguns estados. No Ceará, por exemplo, admitindo uma aliança informal com o governador Camilo Santana (PT), o senador Eunício Oliveira (MDB) afirmou ao site do jornal O Povo, durante convenção do PSD, que a questão da formalidade ou informalidade "não tem importância quando os encontros são verdadeiros".
Aliados em Sergipe desde as eleições que levaram ao poder o petista Marcelo Déda, em 2006, o PT e o MDB mantiveram-se coligados neste ano apesar do rompimento em âmbito nacional, causado pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016.
Déda foi reeleito em 2010, mas morreu em dezembro de 2013 em decorrência de um câncer. Jackson Barreto, seu vice, assumiu o cargo, foi reeleito em 2014 e, em 2016, posicionou-se contra o afastamento de Dilma, mesmo pertencendo ao MDB de Michel Temer. Suas críticas públicas ao presidente são recorrentes.
Em Alagoas, Renan Calheiros, antigo aliado de Lula, há meses assumiu discurso de ataque ao governo Temer e se aproximou do PT, dentre outros, o que mostra que a aliança de 13 anos, iniciada no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006), tem chances de ser retomada.
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