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São Paulo demite Rogério Ceni após sete meses no cargo

Ceni dirigiu o São Paulo por 35 partidas, com aproveitamento de 50,5% (14 vitórias, 11 empates e 10 derrotas). Seus dois antecessores no cargo, Ricardo Gomes (42,5%) e Edgardo Bauza (46,5%) tiveram rendimento inferior.

03/07/2017 às 14h09
Por: Correio
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Ceni se despede do São Paulo com 35 jogos como técnico e aproveitamento de 50,9%
Ceni se despede do São Paulo com 35 jogos como técnico e aproveitamento de 50,9%

O São Paulo anunciou nesta segunda-feira (3) a demissão do técnico Rogério Ceni. O ex-jogador do clube foi contratado em novembro de 2016, fez trabalho de análise de elenco e possíveis reforços em dezembro e passou a dirigir o time em campo em 2017.

"O São Paulo FC comunica que Rogério Ceni deixa o comando técnico de sua equipe principal. Em sua passagem como treinador, Ceni demonstrou a dedicação e o empenho que o caracterizaram como atleta. Desejamos boa sorte a este que sempre será um dos maiores ídolos de nossa história", informou o clube em comunicado.

"O respeito e o reconhecimento pela grandeza de Rogerio Ceni, como figura histórica desta instituição, serão eternamente celebrados", afirmou o presidente da equipe, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.

Ceni dirigiu o São Paulo por 35 partidas, com aproveitamento de 50,5% (14 vitórias, 11 empates e 10 derrotas). Seus dois antecessores no cargo, Ricardo Gomes (42,5%) e Edgardo Bauza (46,5%) tiveram rendimento inferior.

Sob o comando do ídolo, estreante como treinador, o time conviveu com altos e baixos e amargou três eliminações em mata-matas nesta temporada: Paulista, Copa do Brasil e Sul-Americana.

ZONA DE RISCO

Não obstante essas eliminações, o clube do Morumbi agora enfrenta nova preocupação: manter-se na elite nacional. Neste domingo (2), após quase quatro anos, a ameaça de cair para a Série B voltou a atormentar os são-paulinos, com a derrota por 2 a 0 para o Flamengo, na Ilha do Urubu, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro.

O resultado mandou a equipe para a 17ª posição, a primeira que compõe a faixa dos quatro que serão rebaixados à Série B em 2018.

O São Paulo igualou-se com o Bahia em pontos (11), em número de vitórias (três) e no saldo de gols (-1). Porém, o time de Salvador, que empatou em 0 a 0 com o rival Vitória na rodada, leva vantagem nos gols marcados (13 contra 10), o terceiro critério de desempate do Brasileiro, empurrando o time do Morumbi para a zona de risco.

Sem vencer há seis rodadas pelo campeonato e em meio a uma reformulação do elenco –foram 15 contratações e seis jogadores vendidos em 2017–, o time flerta com situação pouco comum em sua história: lutar para não ser rebaixado.

Desde a adoção do sistema por pontos corridos no Brasileiro, em 2003, a equipe paulista frequentou a zona de rebaixamento em apenas seis oportunidades: 2003, 2005, 2008, 2009, 2012 e 2013.

O período de maior risco foi em 2013, quando ficou 12 rodadas no chamado Z4. Naquele ano, o São Paulo viveu fase bastante conturbada, com quatro técnicos diferentes à frente do elenco: Ney Franco, Milton Cruz, Paulo Autuori e Muricy Ramalho. Este último conseguiu a reação necessária para fugir da Série B na ocasião.

DIFERENÇAS

Bem diferente do sucinto comunicado desta segunda-feira (3), o São Paulo divulgar a contratação de Ceni com grande fanfarra em 24 de novembro de 2016, um dia depois da demissão de Ricardo Gomes, quando o time ainda estava disputando o Brasileiro. Restavam duas rodadas na competição.

À época, depois de diversas inserções do clube em suas diversas redes sociais, o presidente Leco anunciou um treinador estreante já como "protagonista".

"Rogério Ceni sempre foi. Nos últimos 12 meses, mostrou ambição em se qualificar para uma nova função, estudou com os melhores do mundo, e nos convenceu ao apresentar um projeto consistente e contemporâneo. É uma figura de enorme importância para o clube que chega com a determinação de ser o melhor novamente, dessa vez como treinador", afirmou.

Ceni encerrou sua carreira de goleiro em dezembro de 2015, acumulando diversos títulos pelo São Paulo. Ganhou duas Libertadores e dois Mundiais (1993 e 2005), além do tricampeonato brasileiro entre 2006 e 2008.

A partir do momento que se distanciou do clube, o ex-atleta passou a se dedicar a estudos para iniciar uma nova jornada, como técnico. Passou meses na Inglaterra e também visitou diferentes clubes e seleções em busca de conhecimento.

Em menos de um ano de preparação, já estava contratado para guiar o São Paulo como treinador.

Na hora de compor sua comissão técnica, inovou ao indicar dois estrangeiros: o inglês Michael Beale, seu assistente direto, e o francês Charles Hembert, atuando como supervisor voltado para a área de logística. Com o time envolto por forte pressão por resultados, Beale pediu demissão na sexta-feira (30).

Dois dias depois, veio a derrota contra o Flamengo, que encerrou precocemente o projeto ambicioso que Ceni tinha para o clube.

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