Os registros das caixas-pretas do avião que caiu na Etiópia têm “semelhanças claras" com os feitos na ocasião do acidente na Indonésia em 2018. A afirmação foi feita pela ministra dos Transportes etíope, Dagmawit Moges, ao jornal "Wall Street Journal". O relatório preliminar sobre o acidente será divulgado em 30 dias.
"Semelhanças claras foram observadas entre o voo 302 da Ethiopian Air e o voo 610 da Indonesian Lion Air, que serão submetidas a mais estudos durante a investigação", afirmou a ministra, segundo o jornal norte-americano.
Foto: Ted S. Warren/AP
O Boeing 737 MAX 8 da Ethiopian Airlines caiu seis minutos depois de decolar de Adis Abeba, perto da cidade de Bishoftu, no domingo (10), deixando 157 mortos. A aeronave, que ia para Nairóbi (Quênia) é do mesmo modelo da que caiu minutos após decolar de Jacarta, na Indonésia, em outubro de 2018.
Os dados das caixas pretas do voo 302 da Ethiopian Airlines foram validados por investigadores etíopes e norte-americanos. Os investigadores conseguiram recuperar todos os dados relevantes das caixas pretas, de acordo com a ministra.
Após o acidente, mais de 50 países, entre eles os Estados Unidos (sede da fabricante) e o Brasil, suspenderam os voos ou adotaram restrições à utilização do Boeing 737 MAX 8. Pilotos também relataram ter enfrentado problemas com esse modelo de avião.
Em meio à crise, as ações da Boeing tiveram forte queda e a empresa perdeu mais de US$ 25 bilhões em valor de mercado na semana. A fabricante anunciou que vai manter a produção da aeronave, mas suspendeu a entrega dos aviões já encomendados. "Estamos fazendo uma pausa na entrega dos 737 MAX até que tenhamos uma solução", disse um porta-voz da companhia à AFP.
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