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Michel Temer é solto após decisão de desembargador, deixa o Rio e vai para SP

Ex-presidente permaneceu preso por quatro noites em uma sala da corregedoria da PF, no terceiro andar do prédio da Superintendência no Rio.

26/03/2019 às 08h30 Atualizada em 27/03/2019 às 16h46
Por: Wesley Gomes Fonte: G1
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Foto: Ricardo Moraes/Reuters
Foto: Ricardo Moraes/Reuters

O ex-presidente Michel Temer deixou, na noite da última segunda-feira (25), a superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, local onde estava preso desde a última quinta-feira (21).

A saída se deu por volta das 18h40. Às 20h07, o avião com Temer decolou do Aeroporto Santos Dumont rumo a São Paulo, onde chegou às 21h15.

A decisão de libertar o ex-presidente e outros sete presos pela força-tarefa da Lava Jato foi assinada pelo desembargador Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. O Ministério Público Federal informou que vai recorrer.

Temer permaneceu preso por quatro noites em uma sala da corregedoria, no terceiro andar do prédio da PF. O local, com cerca de 20 m², é uma das poucas salas no edifício com banheiro privativo. O espaço tinha também frigobar e ar-condicionado, além da previsão da instalação de uma TV.

Após fazer exame de corpo de delito, Temer saiu da superintendência sob protesto de alguns manifestantes.

Operação Descontaminação

A prisão de Michel Temer aconteceu em São Paulo e logo depois o ex-presidente foi transferido para o Rio.

A decisão da Justiça solta oito presos na Operação Descontaminação, da força-tarefa da Lava Jato. Além do ex-presidente, a decisão prevê a libertação de Moreira Franco, ex-ministro e ex-governador do Rio de Janeiro; João Baptista Lima Filho, o Coronel Lima, apontado como operador financeiro do suposto esquema criminoso comandado por Temer; e outros cinco alvos da operação.

São eles: Maria Rita Fratezi (mulher de Coronel Lima, que segundo o MPF atuou em arrecadação de recursos e lavagem de dinheiro), Carlos Alberto Costa (sócio do coronel Lima na Argeplan), Carlos Alberto Costa Filho (diretor da Argeplan), Vanderlei Di Natale (suspeito de ter intercedido junto à Eletronuclear em favor do esquema).

A liminar também contemplou Carlos Alberto Montenegro Gallo (também suspeito de interceder junto à Eletronuclear para a participação da Argeplan), que não tinha pedido de habeas corpus em seu nome.

Jornalistas esperam carro com Temer sair da PF — Foto: Nicolás Satriano/G1
Foto: Nicolás Satriano/G1

Na sexta-feira, o TRF2 tinha informado que os pedidos de habeas corpus do ex-presidente Michel Temer (MDB) e de Moreira Franco (MDB) seriam julgados apenas na quarta-feira (27).

A corte também tinha informado que o caso não seria analisado monocraticamente — ou seja, apenas pelo relator — e que iria para a Primeira Turma Especializada. Agora, o julgamento do mérito dos habeas corpus foi retirado da pauta de quarta-feira.

Athié argumentou na decisão desta segunda que todos os pedidos foram feitos até 17h de sexta-feira, mas que não houve tempo hábil de tomar uma decisão ainda na semana passada. "Não tinha, assim, a menor condição de, naquela tarde, decidir com segurança", escreveu.

O desembargador diz ainda que aproveitou o fim de semana para ler todos os documentos. Na quarta, a Primeira Turma Especializada julgaria o caso.

"Ao examinar o caso, verifiquei que não se justifica aguardar mais dois dias para decisão, ora proferida e ainda que provisória, eis que em questão a liberdade. Assim, os habeas corpus que foram incluídos na pauta da próxima sessão, ficam dela retirados".

Defesas elogiam, e MP vai recorrer

A defesa do ex-presidente afirmou que a decisão de Athié merece o reconhecimento de todos os que respeitam o ordenamento jurídico e as garantias individuais inscritas na Constituição da República.

Já a defesa de Moreira Franco, que está preso no Batalhão Especial Prisional da PM em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, afirmou que "aguardava, de modo sereno, a liminar do Tribunal". "É importante ao desenvolvimento da sociedade que se preservem os direitos individuais e se respeite a lei", diz o texto.

O Ministério Público Federal (MPF) afirmou que vai recorrer contra a decisão liminar do desembargador do TRF2. A expectativa é recorrer para que os HCs sejam julgados pela 1ª Turma. "A decisão de quando pautar os HCs cabe ao presidente da Turma", disse o órgão.

 

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