Uma jovem de 19 anos acusa uma equipe médica do Hospital da Mulher, que fica na cidade de Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador, de ter forçado o parto normal dela e, com isso, provocado lesões no bebê.
Beatriz Santana diz que o filho, João Victor, hoje com dois meses, teve o braço esquerdo machucado durante o procedimento e que precisa fazer seções de fisioterapia para recuperar os movimentos.
Beatriz contou que os médicos forçaram o parto, chegando a ficar em cima dela. A mulher afirma que o filho sente dores e precisa ficar com o braço esticado e a mão virada para baixo.
O parto aconteceu no dia 11 de janeiro. Beatriz relatou que, diante da dificuldade durante o parto normal, pediu para fazer a cesárea, mas que os médicos não a atenderam.
“Ele [médico] falou para mim, você tem tudo para ter um 'cesáreo', não vamos induzir seu parto. Só que eles me forçaram, foi um parto forçado, subiram em cima de mim, me machucaram bastante, disseram que eu aguentava parir normal", disse a jovem.
Beatriz ainda contou que, durante o procedimento, ela ouviu ofensas da equipe médica.
"Pedi para ser cortada, para fazer um 'cesáreo', mas eles disseram que não iam fazer. [Disseram] Que na hora de fazer o filho foi bom, então agora eu aguentava pôr para fora”, completou.
Foto: Divulgação/TV Subaé
Beatriz ainda contou que o médico relatou ter puxado o braço da criança sem querer, durante o parto. A mãe disse que só viu o filho um dia após o nascimento dele.
“Quando ele nasceu levaram ele para incubadora. Só fui ver no outro dia. O pediatra veio e disse que era um bebê de risco e não sabia se ele sobrevivia. Só isso”, disse.
“Ele [médico] me disse que puxou sem querer [o braço], mas saiu do lugar, então vamos fazer um raio x nele. Fizeram o raio x e disseram que foi só o nervo, mas não mostraram o exame. Não quiseram me entregar”, contou a mãe da criança.
João Victor fez uma sessão de fisioterapia no Hospital da Criança, que também fica na cidade, no dia 25 de janeiro, mas não conseguiu marcar outras seções. A unidade médica informou que não tinha horários disponíveis.
No dia 11 de março, o bebê fez mais uma sessão em um hospital particular, que custou R$ 150. Entretanto, a família não tem como pagar pelo resto do tratamento.
Beatriz Santana está desempregada e o marido vende frutas no Centro de Abastecimento de Feira de Santana. A renda mensal da família é de R$ 600.O casal, que tem outra filha de dois anos, que mora em Pernambuco com a avó, ficou sem pagar a conta de energia e de água e já recebeu um aviso de corte. A família também tem dificuldades para comprar leite para a criança e remédios.
“A gente não está conseguindo fazer nada, porque falta as coisas dentro de casa, a prioridade é dele. A gente depois se vira, deixa as contas acumulando. Primeiro João. Falta fralda, falta leite”, disse.
Foto: Divulgação/TV Subaé
O Hospital da Mulher informou que a lesão ocorrida no bebê de Beatriz pode acontecer durante um parto normal. A unidade médica também informou que a criança foi encaminhada para um ortopedista pediátrico do hospital.
Já o Hospital da Criança disse que Beatriz Santana pode procurar a unidade médica para fazer consultas e marcar as sessões de fisioterapia para a criança.
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