De políticos, como Flávio Bolsonaro, até celebridades, como Xuxa, milhares de pessoas se renderam à mais nova febre da internet: envelhecer o rosto utilizando o aplicativo FaceApp. Apesar de não ser novidade, o programa chamou a atenção por criar fotos extremamente realistas.
Desenvolvido em São Petersburgo, na Rússia, o FaceApp se tornou viral pela primeira vez em 2017, mas problemas de funcionalidade fizeram com que os usuários rapidamente abandonassem a brincadeira. A nova versão, que conta com mais filtros e uma tecnologia mais aprimorada, fez com que o aplicativo caísse novamente nas graças do público. Atualmente, o programa conta com 21 filtros em sua versão gratuita. As várias funções permitem, entre outras alterações, mudar a cor dos cabelos, trocar de gênero e adicionar um sorriso.
De acordo com Yaroslav Goncharov, fundador da companhia Wireless Lab, responsável pelo desenvolvimento do produto, o maior diferencial do aplicativo está no realismo. “Depois de aplicar um filtro, ainda é sua foto. Outros aplicativos intencionalmente mudam a fotografia de um modo que é divertido, mas não real”, disse Goncharov em entrevista ao site TechCrunch.
O segredo para o realismo alcançado está justamente no uso de redes neurais artificiais, um tipo de inteligência artificial no qual um computador aprende a reconhecer padrões após analisar milhares de imagens. No caso do FaceApp, foram utilizadas redes neurais convolucionais, com algoritmos que podem classificar e reconhecer objetos em imagens, incluindo as rugas que dão ao rosto humano um aspecto mais envelhecido.
O aplicativo está disponível para iOS e Android e pode ser baixado gratuitamente. Para conhecer sua versão envelhecida, basta abrir o FaceApp e tocar no ícone de câmera. Após autorizar o acesso do aplicativo à câmera, tire uma foto ou escolha uma imagem da galeria e selecione “idade” entre os filtros disponíveis. Em seguida, escolha a opção “idoso” e selecione “aplicar”.
Junto com a euforia em antecipar o futuro, vieram também as polêmicas acerca do FaceApp. Em sua primeira versão, o programa exibia um filtro intitulado “hot”, cujo objetivo era tornar a imagem mais atraente. Os usuários logo repararam, porém, que o aplicativo passou a mostrar uma tendência a clarear a pele e a alterar os traços do rosto para lábios ou nariz mais finos. Por causa disso, o programa passou a ser criticado por racismo nas redes sociais.
Outra questão controversa envolve as informações coletadas pelo FaceApp: imagens usadas nas montagens, o histórico de navegação do browser e informações do arquivo de registro (log file). “Ao usar nosso serviço, nossos servidores automaticamente gravam certas informações do arquivo de registro, incluindo solicitações da web, endereço de IP, tipo de browser, páginas de referência/saída e URL, número de cliques e como você interage com os links no serviço, nome de domínios, páginas iniciais, páginas visualizadas e outras informações”, diz a política de privacidade do aplicativo. “Nós também podemos coletar informações similares de e-mails enviados para nossos usuários, que nos ajudam a identificar quais e-mails são abertos e quais links são acessados pelos receptores.”
Personalidades como o youtuber Whindersson Nunes, a atriz Juliana Paes e o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) também aderiram à brincadeira e compartilharam o resultado nas redes sociais.
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