Por onde andam os assaltantes mais famosos do mundo, depois do “roubo perfeito”? A pergunta que não quer calar será finalmente respondida nesta sexta-feira (19), a partir das 4h, quando estreia a terceira temporada de La Casa de Papel. Série de língua não inglesa mais vista da história da Netflix, a trama espanhola está de volta e já nos primeiros episódios - vistos pelo CORREIO - mostra os famosos sequestradores em um contexto diferente daquele cheio de tensão, sangue e luta por sobrevivência.
Mas calma, as praias paradisíacas que aparecem no início só servem de introdução para a fórmula que se repete: o grupo de assaltantes que ficou milionário na última temporada vai invadir, agora, o Banco da Espanha, instituição financeira mais respeitada do país. A motivação, porém, é outra. O que faz os fugitivos se reunirem novamente em torno do Professor (Álvaro Morte) é o resgate do carismático Rio (Miguel Herrán), capturado pelas autoridades.
Na trama cheia de flashbacks que se passa 77 horas antes do segundo assalto, La Casa de Papel faz algumas provocações. Berlim (Pedro Alonso) está de fato morto? É certo se apaixonar pelo sequestrador? O paraíso é melhor que o agito da vida urbana? A polícia é aliada ou rival? O que é justo? Enquanto declara guerra ao Estado, os criminosos convocam a sociedade refém dos valores morais a se juntar na luta pela resistência. "Eles não estão apenas roubando, mas investindo contra um sistema que é abusivo, opressor, injusto”, explica o ator Álvaro Morte, em entrevista à imprensa durante as gravações.
O ator Álvaro Morte está de volta como o Professor (Foto: Tamara Arranz/Netflix/Divulgação)
Subversão
Com a máscara de Salvador Dalí e o macacão vermelho que viraram a marca do grupo, os assaltantes de La Casa de Papel vão surpreender os governantes ao discursar para uma multidão hipnotizada. Não por acaso, o discurso faz menção a manifestações populares ao redor do mundo, incluindo o Brasil. “Em nenhum caso essa é uma série que pretende apoiar um movimento político específico”, garante a atriz Alba Flores, que interpreta Nairobi, em entrevista à Folha de S. Paulo.
O que se mostra na série, continua a atriz, não é materialização de um movimento específico, mas uma representação dos movimentos populares como um todo. "Lembrando que o direito de protesto é totalmente legítimo sempre”, reforça Flores. “Se esta é uma série que de alguma maneira traz algo subversivo, se isso inspira as pessoas a questionar quem está no poder, convidar as pessoas a pensar é sempre bom”, defende.
Alba Flores interpreta Nairobi (Foto: Tamara Arranz/Netflix/Divulgação)
Orçamento triplicado
Vencedora do Emmy, La Casa de Papel deu início às gravações em janeiro e só termina em agosto, por causa da quarta temporada que já está confirmada. A terceira temporada, primeira produzida exclusivamente pela Netflix, reúne oito episódios com cerca de 47 minutos, gravados em 50 locações como Itália, Tailândia e Caribe. Sem divulgar números exatos, La Casa de Papel 3 baterá o recorde de maior orçamento da história da TV espanhola, segundo a revista Variety.
Só para se ter uma ideia, a Netflix criou um complexo cinematográfico com três estúdios de 1,2 mil metros quadrados no subúrbio de Madri, na Espanha. Um dos espaços foi utilizado pela trama do Professor e a produção ocupou dois deles. Com a exclusividade da gigante do streaming, o orçamento da série triplicou e, de acordo com o UOL, cada um dos cenários custou aproximadamente 100 mil euros, só no estúdio em Madri.
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