O Departamento de Polícia Metropolitana, da Polícia Civil da Bahia, abriu uma investigação para apurar os ataques criminosos ocorridos em Salvador entre a noite da terça-feira (8) e a madrugada desta quarta (9).
Conforme a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), as investigações vão apurar se os ataques têm relação com o anúncio de paralisação de um grupo de policiais militares, divulgado na tarde de terça-feira.
Segundo a SSP, indícios apontam que as ações foram coordenadas para gerar sensação de insegurança na capital e no interior do estado.
Agência depedrada no Largo da Calçada, em Salvador — Foto: Raphael Marques/TV Bahia
De acordo com a SSP, foram solicitadas perícias em munições encontradas nos locais dos ataques e em imagens de câmeras de segurança públicas e privadas das regiões, para confirmar ou não as suspeitas.
Além disso, segundo a secretaria, equipes dos Departamentos de Polícia Metropolitana (Depom) e de Inteligência Policial (DIP) também buscam testemunhas das ações de vandalismo.
"Não temos ocorrências desta natureza e, esta coincidência com os acontecimentos, logo depois do anúncio de greve, é determinante para o início das apurações", explicou o delegado-geral da Polícia Civil, Bernardino Brito.
Ataques
Agência bancária foi depedrada no Caminho de Areia, em Salvador — Foto: Raphael Marques/TV Bahia
Ao menos dez lojas e agências bancárias foram alvos de vandalismo e tentativas de furto na capital baiana entre a noite de terça e a manhã desta quarta-feira. Os crimes ocorreram em diversos pontos da cidade.
No bairro de Cosme de Farias, duas lojas foram invadidas e 31 homens e mulheres foram presos tentando furtar os estabelecimentos. Todos foram apresentados na Central de Flagrantes, onde foram autuados por tentativa de furto.
No bairro de Cajazeiras VIII, uma loja de eletrodomésticos teve a porta arrombada e, segundo funcionários, duas televisões e um aparelho de som foram furtados. Em Cajazeiras X, a poucos metros do estabelecimento, duas agências bancárias foram depredadas. Nessas ocorrências os suspeitos fugiram.
Outras duas lojas de roupas foram invadidas por criminosos no bairro da Liberdade. No Caminho de Areia, uma agência bancária teve os vidros quebrados. O mesmo ocorreu em outras duas agências: uma no bairro da Calçada e uma na Avenida Barros Reis. Nesses casos, também não houve prisões.
Decisão da paralisação
Polícia Militar atua no Centro Histórico de Salvador — Foto: Alan Oliveira/G1
Na terça-feira, a Associação dos Policiais Militares e Seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra) informou que policiais decidiram, durante assembleia, fazer uma paralisação por tempo indeterminado, para cobrar reivindicações como melhorias no plano de saúde e plano de carreira.
O governo da Bahia e a Polícia Militar, no entanto, negam a paralisação dos policiais militares no estado e destacaram que o ato é isolado. Eles ainda informaram que o policiamento foi reforçado para combater possíveis ações criminosas cometidas por conta da disseminação da paralisação.
Na terça-feira e nesta quarta, o G1 percorreu diversos pontos da cidade, incluindo Centro Histórico, Barra, Barroquinha, Nazaré, Pituba, Caminho das Árvores e Avenidas Bonocô e Vasco da Gama, e encontrou o policiamento normal.
Contudo, com o anúncio, algumas lojas ficaram fechadas nesta quarta-feira e metade das escolas da rede municipal de ensino tiveram as aulas suspensas. Entre elas a Escola Municipal de Castelo Branco, no bairro de Castelo Branco, e a Escola Municipal Francisco Leite, em Águas Claras.
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