Um policial militar e outros dois homens suspeitos de agredirem e atirarem em um jovem, depois que a vítima beijou outro rapaz na boca, foram presos nesta sexta-feira (1º), na cidade de Camaçari, região metropolitana de Salvador. As informações são da Polícia Civil.
O PM Fredson Castro ficará custodiado no 12º Batalhão (BPM/Camaçari), onde é lotado. Maurício Ferreira e José Carlos Novaes serão levados para uma unidade do sistema prisional baiano, que ainda não foi divulgada. Os três foram detidos por mandados de prisão temporária.
O crime aconteceu no dia 20 de outubro, dentro de um bar da cidade.
Caso
Vítima de homofobia, Marcelo Macedo foi agredido e baleado em um bar na Bahia — Foto: Reprodução/Instagram
Um homem de 33 anos foi agredido e baleado após trocar carinhos e beijar a boca de outro homem, em um bar da cidade de Camaçari, na região metropolitana de Salvador. O crime ocorreu na noite do dia 20 de outubro.
Antes do ataque começar, a vítima, Marcelo Macedo, foi questionada "se não tinha vergonha de fazer isso na frente de pais de família". Ele levou um tiro no braço e três no abdômen.
Na última sexta-feira (25), o baiano comentou o caso nas redes sociais pela primeira vez. Em um texto com declarações fortes, ele reforçou o medo que havia relatado em entrevista ao G1 um dia antes e lamentou o fato de os três suspeitos do crime ainda estarem soltos e terem as identidades preservadas pela polícia durante as investigações.
"Não sei como será quando sair daqui. Temo pelos meus familiares. Estamos assustados em saber que quem atentou contra a minha vida está solto por aí, sua cara não está estampada em todos os jornais estando tão vulnerável como eu me encontro agora, botando a cabeça no travesseiro deitado na cama da sua casa e dormindo todos os dias tranquilamente".
"Me chamar de 'viado' não é ofensa. Tomar 4 tiros sim. Uma dor irreparável, além de física, emocional e psicológica. Não sei como será de agora em diante, não sei se serei mais o mesmo. Esse medo que estou sentindo irei carregar até o fim dos meus dias. Só peço proteção para mim e toda a minha família. Orem por mim!".
Marcelo recebeu alta no dia 26 de outubro e contou à reportagem da TV Bahia que não conhecia os agressores. Ainda com dificuldade para respirar e com curativos pelo corpo, Marcelo pediu Justiça. Ele destacou que o crime precisa ser punido para que outras pessoas não sofram com a violência por serem homossexuais.
"Que seja feita Justiça, que eles paguem pelo que fizeram, que não fique impune e não aconteça com outras pessoas", contou.
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