As comunidades rurais do Dique, Caatinga, Paiaiá e Teixeira, além de bairros próximos ao centro receberam a visita da equipe de reportagem do Correio da Cidade para conhecer de perto o drama que vivem essas famílias. E a história vai além dos transtornos causados pelo desabastecimento de água potável da EMBASA.
Na comunidade do Dique, por exemplo, os moradores revelaram que estão sem água há pelo menos 20 dias consecutivos. “Imagine você ficar quase um mês sem uma gota de água nas torneiras. Atividades como um simples banho passou a ser um grande transtorno”, relevou a dona de casa Marilania Rocha Longuinhos, de 46 anos. Todos os dias ela precisa percorrer a casa de vizinhos que tem poços artesianos, encher alguns baldes e retornar para casa. “Se não carregarmos água ficamos sem fazer comida ou até mesmo tomar banho”, completou.
Na Caatinga, no outro extremo do município, a situação não é diferente. Dona Luiza Santos, de 70 anos precisa acordar nas madrugadas na tentativa de ter a sorte de ver a água chegar para encher os reservatórios. “O incrível é que passamos a noite acordada e a água não vem na maioria das vezes. A conta do consumo não para de chegar”, disse.
Dona Luiza conta que até um salão de beleza de sua sobrinha foi comprometido. “Salão de beleza sem água potável é melhor fechar as portas e foi o que ela fez. As clientes chegavam e não tinha uma gota de água para trabalhar”.
Já na comunidade do Teixeira, próximo ao Conjunto Habitacional Ismael Ferreira dos Santos, moradores relatam que passou a ser raridade ver a água chegar nas torneiras. “Desisti da água da EMBASA; juntei com meus filhos e vamos pagar para fazer um poço artesiano e só assim teremos dignidade”, disse o lavrador Antonio Fiúza.
No Paiaiá, o estudante Romário Cerqueira relata que é raro ver a água potável. “Quem tem poço sobrevive, mas quem depende da empresa de abastecimento de água, padece muito”, analisou.
Na semana passada o Correio da Cidade contou como estão vivendo os moradores de outras duas comunidades rurais: na Modelo e no Maquiné, os moradores enfrentaram também 20 dias consecutivos sem água potável. O desabastecimento ocorreu de 3 a 23 de setembro deste ano e deixou dezenas de famílias em situação de tristeza. “Plantas morreram, não tivemos como tomar banho e nem lavar louças. Isso é desumano”, disse Idalice Medeiros, lavradora de 76 anos de idade e moradora da fazenda Modelo.
O mesmo dilema está sendo vivido pelos moradores do centro da cidade. É o caso da funcionária pública Maria de Lourdes Pereira, moradora da Rua Henrique Dias, que há dias permanece sem água. Também foram relatados problemas nos bairros do Caminho do Oeste, Alto do Purrão, Conga, Pau de Vela e Lagoinha.
Até o fechamento desta matéria não conseguimos contato com o escritório local da EMBASA, em Santo Estevão, que prometeu enviar uma nota desde a semana passada, porém não tivemos retorno.
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