Uma nota técnica do grupo formado por especialistas da PUC-RJ, da Fiocruz e do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (NOIS) indica que a evolução do novocoravírus no Brasil tem acontecido de forma mais controlada, se comparada a países como China, Itália, Espanha e Estados Unidos.
O crescimento lento, segundo o grupo, estaria associado as medidas de contenção tomadas logo no ínicio da epidemia. O grupo alerta, no entanto, para a uma possível realidade de subnotificação ou demora na notificação dos casos. O problema seria mais grave em São Paulo, onde haveria mais de dez mil exames atrasados.
Divulgado ontem (1º), segundo o Estadão, o documento informa que entre os dias 21 e 22 de março os casos confirmados no Brasil ultrapassaram a predição pessimista, indicando um rápido crescimento da epidemia em relação aos demais países. Contudo, nos dois dias subsequentes, os casos confirmados estiveram entre o cenário mediano e o cenário pessimista, o que demonstrou uma tendência de diminuição do crescimento. Essa tendência foi confirmada entre os dias 24 e 30, quando os valores realizados estiveram entre o cenário otimista e o cenário mediano.
Assinado por 14 especialistas, o documento informa que “embora parte deste efeito possa se dever às medidas de contenção, ressalta-se que o Brasil apresenta duas dificuldades na mensuração do total de casos positivos identificados: ausência de uma política de testagem ampla e o atraso na obtenção dos resultados e notificações”.
O levantamento diz ainda que “a primeira afirmação se deve ao fato de não haver testes suficientes para analisar a evolução da doença na população. Já a segunda se deve ao aumento da demanda por testes, associada à falta de recursos e mão de obra qualificada para efetuar uma análise rápida”.
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