O ministro da Saúde, Nelson Teich, disse nesta segunda-feira (20) que o Brasil vai quase dobrar o número de testes para COVID-19, assim como a capacidade de processamento de exames. Teich também falou que, com a ampliação dos testes, o ministério trabalhará na elaboração de um "programa de saída progressiva, estruturada e planejada" das medidas de distanciamento social necessárias para conter a pandemia do novo coronavírus.
As declarações do ministro foram divulgadas pelo Ministério da Saúde por meio de em um vídeo gravado e editado. Teich não participou da entrevista coletiva ministerial que costuma acontecer diariamente no Palácio do Planalto, em Brasília.
Segundo Teich, o Brasil vai pular de 24 milhões para 46 milhões de testes. No entanto, o ministro não deu detalhes sobre a obtenção destes testes, nem sobre os prazos para entrega dos mesmos.
O ministro também anunciou um contrato do governo com o laboratório Dasa para o processamento de 30 mil testes por dia, até o limite de 3 milhões de exames. O contrato teve licitação dispensada com base na lei 13.979/2020, sobre medidas de emergência para combater a pandemia.
No começo de abril, o Ministério da Saúde já estimava que, “para o momento mais crítico da emergência", seria preciso fazer de 30 a 50 mil testes diários.
De acordo com o ministro, a ampliação dos testes servirá para entender melhor a evolução da COVID-19 no Brasil e fazer um projeto para a "revisão do distanciamento social".
Em boletim epidemiológico divulgado no sábado (18), o Ministério da Saúde reconheceu que a demora entre a coleta de exames para o diagnóstico de COVID-19 e a liberação do resultado dos testes está prejudicando a contenção da pandemia no país, já que possíveis infectados não ficam em isolamento. O pasta disse que a capacidade de testagem é "notadamente insuficiente para o controle da epidemia".
Teich esclareceu que o aumento na quantidade de exames não quer dizer que todos os brasileiros vão ser testados.
"Existe hoje a colocação de teste em massa. Tem que deixar claro que testes em massa não significa testar a população toda", disse o ministro. "A gente vai usar o teste de uma forma que as pessoas testadas vão refletir a população brasileira. Isso vai ser fundamental nesse processo de entender a doença e desenhar a saída."
O ministro também falou sobre a compra de 3.300 respiradores, com investimento de R$ 78 milhões. Segundo Teich, 1.150 serão entregues em maio. Mais cedo, o Ministério da Saúde informou também que o restante dos aparelhos será entregue em até 90 dias. No total, o governo já comprou 14.100 respiradores -- 253 foram entregues.
De acordo com o balanço divulgado hoje pelo Ministério da Saúde, o Brasil chegou a 2.575 mortos por COVID-19 e 40.581 casos confirmados da doença. Cerca de 8 mil pessoas estão internadas por causa do novo coronavírus.
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