A corrida para desenvolver uma vacina contra o novo coronavírus acaba de ganhar mais um aspirante. Nesta quarta-feira, 22, a Alemanha autorizou os primeiros testes clínicos da farmacêutica BionTech, em cooperação com a gigante americana Pfizer, para avaliar quatro variantes de um componente.
Os testes clínicos geralmente ocorrem em três fases. A BionTech está se preparando para a primeira etapa, em que serão testados 200 voluntários saudáveis, ââcom idades entre 18 e 55 anos. A segunda fase requer mais candidatos – a empresa anunciou que vai incluir grupos de alto risco, como idosos e pessoas com histórico de doenças, e abranger até 500 pessoas. A terceira repete o mesmo procedimento, mas com milhares de pessoas.
Embora a BionTech tenha afirmado que começaria os testes “em breve”, ainda não anunciou data específica. Segundo o Instituto Paul Ehrlich, autoridade reguladora do país, essa primeira etapa, de menor escala, durará de três a cinco meses.
A Alemanha, contudo, não está sozinha. De acordo com a revista Nature, um dos mais conceituados veículos científicos do mundo, quase 80 empresas e instituições acadêmicas estavam na corrida pela vacina no início do mês. Dessas, ao menos cinco já estão realizando testes em pessoas – e o Reino Unido anunciou que a sexta vai ser britânica.
O secretário de Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, confirmou que a Universidade Oxford iniciaria a primeira fase de testes nesta quinta-feira, 23. O Instituto Jenner, dessa instituição, começou as pesquisas assim que o código genético do coronavírus tornou-se disponível em janeiro, e recebeu 20 milhões de libras (mais de 130 milhões de reais) do governo para a empreitada.
Segundo a instituição, 500 voluntários devem testar a vacina até meados de maio. Caso os resultados sejam positivos, outros milhares de voluntários passarão por testes. A equipe de Oxford disse que espera produzir um milhão de doses experimentais até setembro, realizando uma produção em larga escala “em risco” – o que significa que a vacina será produzida mesmo com a probablidade de ser inútil, caso os testes fracassem.
O prazo estipulado pela universidade britânica se adianta à projeção oficial de 12 a 18 meses para a comercialização da vacina, citada por especialistas em todo o mundo. Se se mostrar eficaz, será um feito inédito. Normalmente, uma vacina leva anos, senão décadas, para ser desenvolvida.
Quem lidera os esforços para financiar o desenvolvimento de uma vacina para a Covid-19 é a Coalizão para Inovações em Preparo para Epidemias (Cepi), organização sem fins lucrativos da Noruega. A Cepi já arrecadou 915 milhões de dólares para a iniciativa, mas estima que o custo alcance mais de 2 bilhões de dólares.
Mín. 21° Máx. 37°