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Ex-superintendente da PF diz que filho de Bolsonaro era investigado, ao contrário do que disse o presidente

Em depoimento prestado nesta quarta-feira (13), Carlos afirmou, no entanto, que nunca recebeu cobranças de Bolsonaro a respeito desta ou de outras investigações da autarquia

14/05/2020 às 08h22 Atualizada em 14/05/2020 às 10h39
Por: Correio
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Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/EBC
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/EBC

Ao contrário do que afirmou nos últimos dias o presidente Jair Bolsonaro, um dos seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) era investigado em um inquérito da Polícia Federal do Rio de Janeiro, segundo o ex-superintendente Carlos Henrique Oliveira.

Em depoimento prestado nesta quarta-feira (13), Carlos afirmou, no entanto, que nunca recebeu cobranças de Bolsonaro a respeito desta ou de outras investigações da autarquia.

Para os investigadores, a confirmação da investigação é um fato relevante, pois pode ser uma das provas de que o presidente Jair Bolsonaro tenta interferir politicamente na PF do Rio, e vai de encontro ao que o presidente vinha declarando, que nenhum familiar havia sido investigado pelo órgão.

“Perguntado se tem conhecimento de investigações sobre familiares do presidente nos anos de 2019 e 2020 na SR/PF/RJ disse que tem conhecimento de uma investigação no âmbito eleitoral cujo inquérito já foi relatado, não tendo havido indiciamento”, diz o depoimento.

Carlos afirmou ainda que sua nomeação para o cargo demorou de sair pois o presidente tinha o interesse de colocar outro delegado.

“Houve uma demora na nomeação do depoente para esse cargo pois na época houve uma manifestação pública do presidente Jair Bolsonaro, noticiada na imprensa, no sentido que ele, o presidente, desejava que outro delegado assumisse o cargo de superintendente no Rio de Janeiro”, afirmou.

Carlos disse ainda que nunca foi cobrado por Bolsonaro por produtividade ou por relatórios de inteligência. Sobre o inquérito aberto pela PF para investigar as declarações do porteiro do condomínio de Bolsonaro, que afirmou que um dos acusados de assassinar a vereadora Mariele Franco esteve no local no dia do crime, o ex-superintendente afirmou que foi aberto antes da sua chegada na superintendência.

Segundo Carlos, enquanto superintendente da PF do Rio, nunca manteve interlocução direta com Bolsonaro e nunca foi cobrado por informações.

“Perguntado ao depoente se, durante a sua gestão na SR/RJ lhe foi solicitado pelo presidente da República relatórios de inteligência estratégica da Polícia Federal sobre alguma temática específica pertinente ao Estado do Rio de Janeiro , disse que não, assim como não houve pedidos de relatórios de inteligência feitos pelo presidente da República por intermédio do então ministro da Justiça ou do delegado Valeixo”, disse.

 
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