O Correio da Cidade entrevistou com exclusividade a primeira paciente de Santo Estevão a contrair a Covid-19. Na reportagem ela conta como foram os dias de angústia, a dinâmica do isolamento dentro da própria casa e o alívio ao saber da cura.
Como determina o protocolo, manteremos a identidade da paciente em sigilo.
Paciente assintomática, a mulher de 49 anos foi o primeiro caso de Santo Estevão de infecção pela SARS-CoV-2, o novo coronavírus.
De acordo com os cálculos, ela acredita que contraiu o vírus entre os dias 23 a 26 de abril, em uma cidade onde frequenta com regularidade.
Mas foi no dia 2 de maio que tudo começou para ela, quando veio a notícia que a levou ao extremo da preocupação: uma das pessoas que ela teve contato havia testado positivo para a Covid-19.
A partir desse momento começava o seu dilema. Mesmo sem nenhum sintoma, procurou se isolar imediatamente e dois dias depois já estava sendo coletado pela secretaria municipal de Saúde o material para exame no Lacen.
Um dia antes de seu resultado sair, ela soube que 3 pacientes do mesmo local que ela teve contato também já estavam contaminados.
No dia 8 de maio, o que até então era uma realidade só vista nos jornais, a notícia que ela não queria bateu à sua porta de forma assustadora: ela havia contraído o vírus mais temido dos últimos tempos.
“Foram longos dias de medo e angústia. Tive muita preocupação com minha saúde e, principalmente com meus pais que são idosos e que comigo moram”, revelou.
“Em meio a esta catástrofe mundial, onde sempre pensamos que não aconteceria tão perto de nós, precisamos unir forças, orações e saber que, a dor do outro também pode ser a minha dor”, disse.
O isolamento domiciliar
Durante o tempo de confinamento ela não sentia as horas passarem. Cada dia era um medo de que os sintomas pudessem aparecer. A primeira coisa que decidiram foi desligar a televisão toda vez que começasse os noticiários. “Sabia que vendo tantas cenas e informações, nossa mente iria sofrer ainda mais e poderiam aparecer até sintomas causados pela emoção que estávamos passando”.
O preconceito escancarado nas redes sociais
Além do turbilhão de emoções e medos que viveu, ela ainda teve que conviver com comentários maldosos repercutidos nas redes sociais. Mas procurou não se abalar diante do que assistia pela tela do celular. “Queria que as pessoas entendessem que, em momentos delicados como esses que todos nós estamos vivendo, que sejamos mais humanos e pratiquemos a empatia. Juntos podemos lutar pelo maior bem que temos, que é a vida. Ninguém contrai um vírus porque quer. Acontece e pode acontecer com muitos conhecidos daqui para frente e precisamos estar apoiando cada um nesse momento de tormenta que passamos”, frisou.
O dia da cura
Após longos dias de espera pela cura, ela foi informada pela secretaria de Saúde que seu novo exame deu negativo. “Estou curada. Meus entes queridos estão saudáveis, fora de perigo e livres para continuarem seu dia a dia mais leves, continuando com os cuidados que o momento exige. Quero recomeçar meus sonhos. Saber que superei algo tão novo para a ciência é confortante. Estou muito grata a Deus e aos Espíritos de Luz”, concluiu.
No Brasil. 310.087 pessoas estão contaminadas pelo vírus causador da SARS-CoV-1. 125.960 pacientes estão recuperados.
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