O advogado Ederson Giacomose Reis vai recorrer dadecisão da Juíza Márcia Simões, de ter negado o pedido de exumação do crânio que foi apontado por um exame de DNA, como sendo da menina de 7 anos, Gabriely Gomes Santana, que desapareceu no dia 21 de janeiro deste ano, quando brincava na porta de casa, em Feira de Santana. Os crânio foi encontrado no dia 14 de fevereiro, no Anel de Contorno, a cerca de 5 Km do local onde ela havia desaparecido. O exame foi realizado pelo Departamento de Polícia Técnica de Salvador e o resultado, revelando que se tratava dos restos mortais da criança, foi divulgado no dia 26 de abril em coletiva de imprensa, no Complexo de Delegacias.
Após comparar fotos da criança com fotos do Departamento de Polícia Técnica (DPT), a família, inconformada com o resultado, ficou em dúvidas sobre a ossada pertencer ou não a Gabrielly e entrou com o pedido de exumação. A juíza, por sua vez, indeferiu o pedido, assim como o Ministério Público. O delegado João Rodrigo Uzzum disse que o questionamento da família em relação as fotos não procede e a Polícia Civil juntou todo o trabalho de perícia e todos os laudos e exame de DNA pertencentes a ossada para que não existisse dúvidas. Ele salientou que a polícia trabalha para encontrar o autor do crime e também lamenta a dor da família. Além do crânio, a polícia também encontrou fragmentos de ossos como pé, fêmur, e todo o material recolhido que foi submetido a perícia constatou que o DNA pertence realmente a Gabrielly.
Família vai recorrer
Em entrevista ao Acorda Cidade, o advogado explicou que vai apelar da decisão da juíza e que, se necessário, prosseguirá até a última instância.
“Achamos por bem apelar para que o DPT faça outro exame. A família não concorda com o resultado. Como a juíza já deu a sentença, vamos apelar da decisão e vamos fazer a representação junto ao Tribunal de Justiça da Bahia. Caso mantenha a decisão, vamos continuar lutando até que a exumação seja feita. Houve a divergência em relação ao crânio e os pais precisam ter essa certeza. Eu fiz vários requerimentos e quando fizeram o exame colheram amostras apenas da mãe, e teria que colher do pai também. Se negarem o novo pedido de exumação, vamos ao Supremo para ver no que vai dar. A população também precisa tirar essa dúvida. Há outros processos por suspeitas de erros de perícia e não custa nada fazer uma nova perícia para ter a certeza e para que a família fique em paz”, declarou o advogado.
Fotos: Aldo Matos/Acorda Cidade
A dúvida
Os restos mortais da garota foram enterrados no dia 28 de abril em Feira de Santana, com muita dificuldade, após um problema com a assinatura no laudo da morte e o caso encheu de comoção a população da cidade. Familiares e amigos ficaram muito tristes e buscaram em mensagens religiosas e de esperança conforto principalmente para os pais da criança.
O pai de Gabrielly, o pedreiro Joilson Santana, afirmou que entrou com o pedido de exumação do crânio, após o enterro da filha, quando parou para ver fotos da menina e compará-las com fotos do crânio encontrado. Segundo ele, na foto do cartaz do desaparecimento de Gabrielly, feita em 29 de dezembro de 2016, a filha estava sem alguns dentes. Ela estava em processo de troca de dentição e faltavam dentes superiores. Nas fotos do crânio, enviadas à família pela polícia, de acordo com Joilson, o crânio está com todos os dentes. Ele contou que essa análise das fotografias lhe motivou a entrar com o pedido de exumação e a ter esperanças que o crânio não seja de Gabrielly e que ela não esteja morta.
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