Duas pessoas foram presas preventivamente na manhã desta terça-feira (7), durante a operação da Polícia Federal para desmontar uma quadrilha que fraudava benefícios do INSS na Bahia. Uma terceira pessoa deve se apresentar à PF ainda nesta tarde, para ser detida.
Os dois presos tinham a função de intermediários na quadrilha e eram responsáveis por arranjar novas pessoas para serem beneficiadas com as fraudes. O médico-perito envolvido no esquema está em recolhimento domiciliar, ou seja, não pode sair de casa à noite, nem nos finais de semana. Ele foi afastado das atividades.
A operação, batizada de Teia de Aranha, teve 17 mandados para serem cumpridos entre as cidades de Salvador, Camaçari e Candeias. Desse total, 10 foram de busca, três de afastamentos de função pública e três de prisão preventiva.
A Polícia Federal calcula que 80 benefícios foram fraudados, a maioria deles de auxílio doença. O prejuízo aos cofres públicos foi estimado em R$ 4 milhões, mas pode aumentar, conforme as investigações se desenvolvam.
Os presos preventivos dessa operação serão ouvidos e documentos analisados. A Polícia Federal tem 15 dias para concluir inquérito, e o prazo pode ser estendido por mais 15. Depois disso, o inquérito encaminhado para a Justiça Federal.
De acordo com o delegado Marcelo Siqueira, que comandou operação em Salvador, a quadrilha agia desde 2018. Ele detalhou que muitas pessoas que não estavam doentes recebiam o auxílio indevidamente e que uma dessas pessoas chegou a ser beneficiada com R$ 3.500 por seis meses.
"Era uma quadrilha organizada, onde cada um tinha uma função específica. Tinha desde os intermediários, com função de arregimentar futuros beneficiários, como servidores de dentro do próprio INSS, que tinham por função direcionar perícias médicas para o médico-perito que integrava esse grupo criminoso e chancelava esses documentos. Em geral, as pessoas realmente não tinham as doenças que elas diziam ter, mas há casos de pessoas que tinham a doença e, por algum motivo, quiseram agilizar aquele atendimento e acabaram se utilizando de meios ilícitos para conseguir isso”, explicou o delegado.
A PF começou a investigar a quadrilha em 2019, quando pessoas que tinham doenças e direito ao benefício denunciaram terem sido extorquidas pela quadrilha, quando foram se submeter à perícia médica.
“O início da investigação se deu por conta de pessoas que realmente tinham doenças e que, quando foram se submeter à perícia médica, foram extorquidas pelo grupo criminoso e, como não consentiram em pagar para ter um benefício que julgavam ter direito, entraram em contato com as autoridades", contou.
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